Depois da exuberância de 2021, os investimentos em venture capital estão em forte queda. Mas há exceções: uma delas são as startups de alta tecnologia, diz o gestor Guy Perelmuter, fundador e CEO da GRIDS Capital.

A GRIDS é especializadas em investir em deep tech, empresas muitas vezes nascidas nos laboratórios das universidades e que desenvolvem inovações a partir da pesquisa científica, em áreas como robótica, novos materiais, nanotecnologia e biotecnologia, além de inteligência artificial. “A oferta e a demanda são muito desbalanceadas”, afirma. “Há mais gente em busca dessas tecnologias do que pessoas e empresas capazes de produzi-las.”

Em IA, a tese de investimento da GRIDS é se posicionar em startups que tragam inovações na “infraestrutura” de hardware e software, e não nas empresas de aplicativos do “soft tech”, em que a barreira de entrada é muito baixa, afirma Perelmuter.

Ter “barreira de entrada significativa” é um dos critérios observados por Perelmuter para decidir a alocação em diferentes setores. Algumas das investidas são startups originadas de trabalhos acadêmicos, protegidas por propriedade intelectual. Entre as investidas da gestora estão empresas como a Recursion, que usa IA para desenvolver medicamentos, a Plotlogic, que desenvolve ferramentas de IA para a mineração, e a Hugging Face, que ajuda na criação de aplicativos de deep learning.

Perelmuter foi  chief risk officer do “velho” Pactual e fez mestrado em engenharia elétrica com ênfase em inteligência artificial. É autor do livro Presente Futuro: o mundo movido à tecnologia. 

Fonte: Brazil Journal