O mercado literário também enfrentando mudanças com o boom da inteligência artificial. Livros gerados por IA generativa, a mesma tecnologia por trás do ChatGPT, já aparecem na Amazon e outras livrarias online.

  • Uma das estratégias usadas para fisgar compradores e conseguir entrar nas “vitrines” virtuais é usar nomes de autores renomados (mesmo sem autorização). 
  • A notícia preocupa, já que a Amazon, por exemplo, responde por quase metade das vendas de livros só nos EUA, sem contar com o mercado de e-books (livros digitais).
  • Como de costume, as obras geradas por IA são repletas de informações não confiáveis.
  • Os guias de viagem, por exemplo, foram muito afetados pela nova tática, segundo uma reportagem recente do The New York Times.
Livros
Imagem: tommaso79/Shutterstock

Mas títulos gerados por IA também começaram a se infiltrar em outras categorias como culinária, programação, jardinagem, negócios, medicina, livros de romances, autoajuda e mais, alerta o jornal americano.

Como identificar um livro escrito por IA

  • Nem sempre é fácil para os compradores identificar se uma obra é escrita por um humano. 
  • Uma dica é verificar as avaliações de outros leitores sobre a obra antes de fechar a compra.

A nova tendência já é fortemente contestada por escritores reais, que também lutam para impedir o uso não autorizado do seu trabalho para treinar grandes modelos de linguagem de IA.

A especialista em publicações Jane Friedman, que já foi presidente e diretora-executiva da famosa editora HarperCollins, foi afetada diretamente pelo problema e contou em seu blog como descobriu livros falsos e provavelmente gerados por IA com o seu nome na Amazon.

A empresa respondeu à denúncia de Friedman após o caso gerar discussão e retirou os livros citados da loja. Ainda assim, a prática está se espalhando em ritmo acelerado, alerta a escritora.

“A chegada da IA ​​em cena foi contaminada por casos de uso que permitem a qualquer um criar imitações de artistas sem esforço”, complementou Benji Smith, desenvolvedor de uma ferramenta chamada Shaxpir. O sistema fornecia análises de livros e também foi retirada do ar recentemente por medo que o seu extenso banco de dados fosse utilizado para treinamento de IAs.

O que diz a Amazon

  • A empresa ainda não proíbe diretamente livros gerados por IA, mesmo que as obras acabem violando direitos de propriedade intelectual de terceiros.
  • Um porta-voz disse ao portal Axios que a Amazon “está constantemente avaliando tecnologias emergentes” e têm “tolerância zero para análises falsas”.

No fim, a chegada da IA nas estantes virtuais é obviamente uma má notícia para os amantes de livros que dificilmente será totalmente eliminada, pelo menos não no curto prazo.

Fonte: Gabriel Sérvio