Uma pesquisa recente da Febraban revelou um crescimento recorde no número de transações nos últimos anos no Brasil. Além disso, oito em cada dez são digitais, impulsionadas por tecnologias como o Pix, Open Finance e WhatsApp.
Os esforços do Banco Central e das instituições financeiras em busca pela inovação pode gerar, em breve, uma integração do Pix, Open Finance e o Real Digital, o último com lançamento previsto para 2024.
Pensando no possível futuro digital das transações financeiras no Brasil, confira cinco temas para ficar de olho, segundo especialistas:
1. Open Finance
“O Open Finance é a grande força motriz da transformação digital financeira no país. Dá ao cliente a possibilidade de compartilhar seus dados com outros bancos e instituições financeiras, reunindo um portfólio de possibilidades de compartilhamento completo, o que inclui câmbio, investimentos, seguros e previdência”, disse Alan Mareines, CEO da Lina Open X, startup de soluções tecnológicas para instituições financeiras.
“No Open Finance, os clientes têm maior controle do compartilhamento de informações pessoais com operadoras de serviços financeiros não vinculadas a sistemas bancários. A proposta é que essa troca de dados permita a criação de produtos ainda mais personalizados para cada necessidade. O consumidor pode ainda levar seu histórico financeiro não só para bancos, mas também para uma corretora de seguros, um fundo de previdência e uma série de outras instituições”, acrescentou.
2. Pix
O Pix já faz parte da vida do brasileiro, mas ainda pode evoluir para ganhar novas funções e facilidades. Quase metade (48%) dos usuários do Pix são classificados como “heavy users” segundo a pesquisa da Febraban. Isso significa que eles fazem mais de 30 transações com Pix por mês.
Com planos para um Pix por aproximação e outras funcionalidades por vir, o Pix ainda pode se integrar às outras inovações do Banco Central.
“O Banco Central anunciou recentemente que planeja integrar Pix, Open Finance e Real Digital para desenvolver uma economia digital no país com mais eficiência e segurança nas transações”, disse Alan Mareines.
3. WhatsApp
O WhatsApp é o aplicativo de troca de mensagens mais utilizado pelos brasileiros, mas também se destaca nas transações financeiras. A pesquisa da Febraban, que foi além do WhatsApp Pay, serviço de pagamento oferecido pelo aplicativo, e considerou também as negociações de dívida, Pix e o uso do WhatsApp pelos bancos, revelou que o aplicativo é uma das principais ferramentas para a digitalização financeira no Brasil.
Em apenas um ano, o número de transações pela plataforma registrou um crescimento expressivo de 531%, e chegou a 56,2 milhões em 2022.
“O Brasil é o segundo maior país em número de usuários do WhatsApp, ficando atrás apenas da Índia e cerca de 80% dos usuários utilizam o aplicativo para entrar em contato com empresas, seja para tirar dúvidas, pedir informações, suporte técnico ou para comprar produtos e contratar serviços. Já faz parte do dia a dia do brasileiro e certamente essa presença se expandirá”, disse Eduardo Augusto, CEO da IDK, startup que oferece soluções que unem tecnologia, design e comunicação.
4. Inteligência artificial
A inteligência artificial virou destaque em 2023 com programas como o ChatGPT. No entanto, a tecnologia pode ser muito útil para bancos e instituições financeiras, que exploram aplicações de biometria facial e chatbots, por exemplo.
“A IA tem sido explorada por grandes empresas mundiais há muito tempo e justamente por isso, hoje, podemos ter acesso a serviços que utilizam a tecnologia e viabilizam a democratização da digitalização financeira. Esta é uma tecnologia que pode impulsionar o crescimento e o desenvolvimento em todos os setores, e não é diferente no setor financeiro”, disse Eduardo Augusto.
5. Infraestrutura
O estudo da Febraban ainda destacou que em 2023 os bancos estimam investir R$ 1,6 bilhão em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho dos colaboradores.
Segundo o levantamento, a maioria dos bancos (69%) pretende aumentar o quadro de profissionais de tecnologia, especialmente com desenvolvedores, especialistas em segurança da informação e cientistas e engenheiros de dados, o que está alinhado com o foco de investir na exploração dos dados obtidos via Open Finance e, por consequência, na proteção de informações sigilosas dos clientes.
“A transformação digital já é uma realidade, avança ano a ano, e vem para elevar o nível do mercado no país, além de democratizar o acesso aos serviços bancários. O Brasil já é referência mundial em Open Finance, conta com uma tecnologia avançada como o Pix, que também é referência no mundo, e tanto o cliente quanto o mercado só têm a ganhar. As instituições precisam cada vez mais explorar de forma inteligente as oportunidades que surgem com os avanços tecnológicos, e o horizonte se mostra positivo”, concluiu Alan Mareines, da Lina Open X.
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Fonte: Exame