sexta-feira,20 setembro, 2024

Muito além do entretenimento: games viram opção para saúde mental

Os games já são considerados um importante elemento para manter a saúde mental. O reconhecimento é de grande parte dos gamers brasileiros que participaram da pesquisa “Mundo Infinito dos Games” – cerca de 1/3 dos jogadores admitem que jogam para manter o cérebro ativo.

O levantamento foi feito pela agência Live, pela empresa de pesquisa Talk Inc e pelo hub B1ld e apresentado na semana passada em um evento no Learning Village, hub de desenvolvimento de pessoas da HSM. Foram ouvidas 1597 pessoas em todo o território nacional. Desse montante, 64% jogam, 28% já jogaram, mas não jogam mais e 8% nunca jogaram.

16% Gamer de Coração “Nasci e cresci gamer, gamer sempre serei”
Perfil que concentra aquelas pessoas que se identificam como “gamer”. São os mais jovens (26,54% têm até 24 anos). Jogam de tudo. A presença de consoles e PC’s é significativa nesse perfil. Pessoas que se relacionam de forma profunda com games, seja jogando profissionalmente, criando conteúdo ou gastando dinheiro com jogos. São as pessoas que menos jogam apenas por diversão. Mais da metade ganha ou já ganhou dinheiro com games.

12% Full Hard Core “Jogar é uma das minhas principais atividades”
É o perfil que vêm à cabeça quando se pensa em um gamer clássico. Perfil jovem (39% têm até 29 anos), mais masculino (58% são homens) que joga muito, que se identifica muito como “gamer” (64%). São os que mais jogam, sendo que 75% jogam em PC e console (mais da metade). Jogam todos os diferentes tipos de jogos, mas principalmente multiplayer, de estratégia, aventura, ação e são de fato os grandes jogadores de FPS (mais da metade joga). Ávidos consumidores de conteúdo sobre eSports (26% assistem diariamente) e também conteúdo em geral sobre games.

22% Fim de Semana “Me organizo para jogar e sou fiel aos bons jogos que conheço”
Jogadores de fim de semana são pessoas que, apesar de serem as que jogam com uma frequência menos intensa, jogam um número de horas significativo por semana. Destacam-se por terem um bom repertório de jogos e muitos são multiplataforma – seu foco não é apenas o celular. São o 2º perfil onde encontramos pessoas com mais de 40 anos e quase 50% mais mulheres do que homens.

24% Gamer, eu? “Jogo bastante! Mas faço muitas outras coisas”
Perfil bem distribuído entre homens e mulheres, destaca-se por ser o que explora o maior número de jogos, estando bem próximo dos jogos mais elaborados, característicos de quem joga com maior intensidade. Seus tipos mais frequentes de jogos são os de estratégia, esportes, corrida, aventura e ação. Mas não deixa os jogos de lógica e quebra-cabeça de lado. Não se identificam como “gamer” e são pouco interessados/as no mundo dos eSports.

14% Sugar Crush “Adoro um joguinho no celular, desestresso e me divirto”
Perfil composto majoritariamente por mulheres (75%). O que caracteriza este perfil é o gosto pelos jogos de lógica e quebra-cabeça (mais da metade joga esse tipo), de cartas e jogos mais casuais. É o perfil com maior número de pessoas com mais de 45 anos (37%) e que estão quase apenas no celular, como plataforma. Poucas outras coisas as motivam a jogar, fora a pura diversão.

O efeito positivo na mente, apontado por grande parte dos participantes, tem relação com os círculos criados dentro dos jogos: 42% das pessoas de 16 a 26 anos concordam que jogar amplia o círculo de amizades. A conexão profunda que os jogos promovem chegam a virar namoros e até casamentos. Pessoas relatam relações duradouras que nasceram no ambiente online, evoluíram para o físico e se transformaram em relacionamentos para a vida.

“O lado positivo é que as pessoas passam algumas horas conhecendo novos usuários, aprendendo sobre lugares, uso e aplicações de novas tecnologias, conhecem diversas habilidades, línguas e interesses diversos… com isso passam a ter um ganho emocional e, dependendo do jogo, até habilidades super específicas. O lado negativo é basicamente o vício de entender que boa parte do seu dia está de certa forma parado, dependente, on-line e em um mundo fantasioso, ao invés de criar laços e relações interpessoais, aflorando os nossos sentidos vitais”, destaca Sérgio Percope, Head do hub de Games do Learning Village.

“No estudo, percebemos a importância e o papel do jogar em vários aspectos ligados à saúde mental. Diferentes pessoas usam o momento de jogar como uma ferramenta que ajuda a lidar com questões e problemas do cotidiano e da vida. Isso não é diferente de outras atividades que lidam com o stress e ajudam a desligar, como praticar um esporte ou assistir um filme. Mas a característica que é muito única dos games é seu caráter imersivo e fantasioso, uma combinação que potencialmente tira as pessoas do lugar onde elas estão e as leva para outra realidade”, explica Carla Mayumi, Strategy Lead Da Talk Inc.

O caráter de socialização, segundo ela, também é importante, “pois o jogo acaba sendo uma forma de conviver com amigos e a família, em alguns casos (também pode afastar da convivência familiar). Tivemos também o relato de enfrentar uma morte na família e encontrar nos amigos do jogo um espaço de conforto. Isso é mais forte entre as pessoas que jogam jogos multiplayer, pois os jogos são coletivos, jogados entre pessoas ou grupos.”

Outro recorte importante da pesquisa foi entender por que as pessoas jogam. Foram identificados cinco motivos principais. O primeiro é por Diversão. Em segundo lugar vem a Fantasia como argumento de jogo considerando os games como uma forma importante de fugir da realidade e inserir as pessoas em universos paralelos. O Jogo por si só também é um argumento para atrair as pessoas, bem como a estratégia, a competição e o nível de dificuldade.

Conhecimento também aparece como uma motivação importante das pessoas que jogam. Elas admitem que usam as plataformas para ficar por dentro de novidades e aprender novos idiomas. Socialização, que se resume a fazer amigos e participar de comunidades é outro elemento fundamental para os jogadores.

Texto: Pacete

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