sexta-feira,22 novembro, 2024

Empresa alemã usa IA para conscientizar adultos a não publicarem imagens de crianças nas redes sociais

Campanha mostra riscos e como dados sensíveis podem ser utilizados

Você certamente já viu ou postou alguma foto de uma criança nas redes sociais. É comum que os pais publiquem imagens fofas de seus filhos com orgulho. Algumas delas, no entanto, saem da bolha familiar e acabam ganhando a internet, viralizando e até virando memes. O risco que essa exposição possui é ter essas fotos ou vídeos nas mãos da deep web, que transforma essas recordações públicas em dados que podem ser usados de maneira maliciosa.

Em uma campanha que pretende conscientizar e alertar para os perigos atuais, que podem espreitar a cada clique, a empresa de telecomunicações alemã Deutsche Telekom mostra como essas simples imagens online permitem a manipulação da identidade de qualquer um, mesmo dos mais novos.

A protagonista é Ella, de 9 anos, que em uma versão mais velha de si mesma, gerada pela Inteligência Artificial mostra aos pais tudo aquilo a que está suscetível no presente e no futuro devido às imagens que são partilhadas na internet. Os pais de Ella costumam postar sobre a vida da menor nas plataformas, compartilhando festas de aniversário, brincadeiras e momentos bobos. A campanha reforça a problemática em torno de crianças cujas imagens são postadas online podem ser vítimas de abuso de identidade.

Alguns estudos estimam que, até 2030, quase dois terços dos casos de fraude de identidade que afetam uma geração jovem resultarão de “sharenting” – a prática comum de (parents) compartilharem (sharing) fotos ou vídeos de seus filhos nas redes sociais. A pesquisa também mostra que uma criança média de 5 anos já teve cerca de 1.500 fotos carregadas online sem o consentimento dos pais.

O anúncio assombroso da Deutsche Telekom, criado pela agência adam&eveBerlin, apresenta uma versão deepfake de uma Ella adulta que foi feita usando IA. A Ella “mais velha” confronta seus pais chocados com as consequências devastadoras de sua partilha. Ella representa toda uma geração de crianças, de acordo com a empresa. Esse experimento social perturbador também é um exemplo de uma marca de tecnologia que explora as consequências de uma sociedade cada vez mais digital, cujo futuro parece mais incerto agora em meio ao surgimento da IA ​​generativa.

“Tentamos ser otimistas em relação ao futuro digital, mas, ao mesmo tempo, olhar para o perigo e o impacto positivo. É importante não dar relevância apenas à parte positiva e alegre da nossa marca e falar também dos problemas”, comentou Uli Klenke, Chief Brand Officer da Deutsche Telekom à AdWeek.

Fonte: Redação Mundo Marketing

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