Vulnerabilidade aumentou porque crianças e adolescentes não estão frequentando a escola. Apenas um em cada 10 casos são denunciados às autoridades.
A presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sinop (MT), Márcia Lima Veras, afirma que, durante a pandemia, as crianças ficaram mais vulneráveis, já que não estão frequentando a escola. No espaço, elas podem dar sinais de abuso e receberem apoio.
“Esse período pandêmico deixou as crianças mais vulneráveis porque o convívio escolar trazia uma chance muito grande dessa criança entregar sinais de que passava por alguma situação de exploração e abuso. Sem as atividades escolares que era um caminho muito utilizado para se identificar esses abusos, ele não existiu, então nós tivemos uma redução no número de denúncias, mas nós sabemos que não foi porque os casos diminuíram, pelo contrário”, explica.
Ela também conta como a criança dá indícios de que pode estar sofrendo algum tipo de violência.
,”O nossa grande apelo é pra que os pais responsáveis, os vizinhos, tios, amigos, deem uma chance para que a criança fale porque muitas vezes ela quer se pronunciar. Ela dá sinais de que seu agressor está ali, mas a família não valoriza esses sinais, não escuta ou desacredita na criança”, disse.
Para ela, é importante que a família esteja atenta aos sinais que a criança dá e o que ela quer expressar.
“A criança desacreditada, jamais vai levar uma denúncia adiante. Então é muito importante nós não nos omitirmos em situações duvidosas. A denúncia é feita de forma sigilosa, você não vai ter o seu nome exposto sendo o adulto ou a criança”, afirma.
Uma campanha nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes acontece neste mês para inibir esse tipo de crime.
A campanha ‘Maio Laranja’ visa chamar a atenção sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com dados do governo federal, 52% dos casos de exploração violência e abuso sexual acontecem dentro da casa da vítima.
Apenas um em cada 10 casos são denunciados às autoridades. Em abril deste ano, Mato Grosso lançou o Protocolo Integrado de Atendimento às vítimas ou testemunhas de violência.
Casos de abuso e exploração contra as crianças e adolescentes devem ser denunciados.