O aplicativo Remini tomou conta das redes sociais nos últimos dias. Ele usa inteligência artificial (IA) para simular imagens altamente realistas de pessoas grávidas e de futuros bebês. No entanto, a brincadeira tem um custo em termos de dados: o serviço entrega informações pessoais dos internautas para empresas parceiras, como provedores de armazenamento, fornecedores de serviços de marketing e plataformas de publicidade.
A Bending Spoons S.p.A, empresa italiana dona do Remini, descreve nos termos de uso do serviço tudo como trabalha as informações dos usuários – os dados podem ficar armazenados por até 10 anos após o encerramento dos termos de uso, segundo o próprio documento. Outro detalhe é que os termos de uso dizem que os dados podem ser processados de maneira automatizada e não automatizada. Assim, no segundo caso, abre-se a possibilidade de funcionários humanos terem acesso às informações.
De acordo com a Bending Spoons, o Remini coleta informações sobre identificadores, atividade na internet e na rede, como endereço IP (que é uma espécie de CEP de cada máquina na web), modelo e tipo do dispositivo, versão do sistema operacional, idioma do aparelho, nome, país definido nas configurações do smartphone e informações sobre interações do usuário com o aplicativo.
Além disso, outros registros pessoais são coletados, por exemplo, nome, data de nascimento, endereço de e-mail, imagens, vídeos, gravações de áudio, dados faciais e dados de publicidade (como informações de conversão de anúncios e anúncios vistos).
Ponto principal de preocupação, o tratamento dos dados faciais dos usuários é descrito pela empresa, que afirma que não os usa para fazer identificação dos usuários. “Os dados faciais podem ser considerados dados biométricos fora da Europa. No entanto, as tecnologias implementadas no app não permitem a identificação ou autenticação única das pessoas nas imagens, nem é nossa intenção treinar as tecnologias para tal”, afirma a Bending Spoons.
Os dados pessoais ainda podem ser tratados e armazenados nos servidores e prestadores de serviços da empresa, que afirma adotar medidas para prevenir a perda, uso indevido e alteração das informações pessoais. Apesar disso, ressalta que “as transmissões pela internet nunca são 100% seguras” e que o usuário “não deve fornecer nenhum dado pessoal se quiser evitar qualquer risco”. A companhia não detalha quem são os parceiros em potencial.
Mas afinal, para onde vão esses dados?
A Remini pode divulgar os dados pessoais para as seguintes categorias:
Parceiros que realizam atividades “relacionadas” ou “fundamentais” aos negócios e atividades operacionais, como processadores de dados, provedores de serviços de TI ou armazenamento, parceiros de medição móvel, fornecedores de serviços de marketing móvel e redes e plataformas de publicidade, como Google AdMob e AppLovin.
Caso a empresa seja comprada ou vá à falência, os dados pessoais poderão ser divulgados a consultores, consultores de qualquer comprador em potencial e pode ser um dos ativos transferidos para outro proprietário.
Autoridades públicas, judiciais ou policiais, dentro dos limites estabelecidos pela legislação aplicável.
Consultores profissionais para obter aconselhamento ou de outra forma proteger e gerir os interesses comerciais.
As afiliadas corporativas sob controle e propriedade comuns – ou seja, empresa que pertençam também à Bending Spoons S.p.A.
A empresa que controla o Remini não especifica quem são os parceiros nem para onde, diretamente, os dados pessoais dos usuários vão. Segundo o documento, os internautas têm o direito de solicitar a remoção das informações. O processo é feito acionando o suporte da empresa por e-mail: privacy@bendingspoons.com.
A política de privacidade completa pode ser consultado por qualquer pessoa.
Fonte: Correio 24 Horas