O tema humanização vem ganhando protagonismo e refletindo a importância em tornarmos humanas todas as nossas atitudes, seja como pessoa ou empresa. Nessa linha, o conceito de tecnologia humana traz um novo formato de pensamento sobre como podemos proporcionar melhores condições, com foco nos seres humanos, em paralelo aos avanços tecnológicos cada vez mais rápidos e urgentes.
Esta ideia emergiu como parte de um movimento mais amplo e que questiona o impacto das tecnologias modernas na sociedade e na vida das pessoas, ganhando cada vez mais força à medida que os avanços tecnológicos aceleraram e as preocupações sobre o impacto humano dessas tecnologias se intensificam.
O intuito é garantir que a tecnologia seja projetada e utilizada de maneira responsável, atendendo às necessidades e valores humanos, contribuindo para o bem-estar e a melhoria da vida das pessoas. A partir deste movimento, temos a oportunidade de trabalhar na transformação tecnológica das empresas, adotando alguns dos conceitos que a tecnologia humana pode proporcionar para serviços e produtos digitais.
Através da tecnologia humana, podemos alinhar os objetivos buscados no desenvolvimento e implantação de soluções digitais, adotando incentivos em benefício da humanidade. Esta é uma oportunidade para tratarmos os interesses dos usuários como guia para atingirmos as metas buscadas no desenvolvimento de um novo sistema, levando em conta os hábitos e as experiências do usuário como parte do projeto, além de informar e conscientizar o usuário sobre esses objetivos.
A inclusão digital também surge como oportunidade para nos adaptarmos às diversas capacidades do usuário, abraçando a diversidade e criando um senso de pertencimento. Isso vai além das habilidades do usuário, adaptando-se a fatores como alfabetização digital e desigualdades estruturais e se atentando em integrar representatividade dos grupos alvos, para trabalhar na incorporação de comunidades vulneráveis em banco de dados ou serviços
Cada vez mais no centro das discussões, temos com o tema privacidade, principalmente em respeito à LGPD e demais iniciativas para proteção de dados dos usuários, a necessidade em nos atentarmos para que os usuários sejam proprietários dos seus próprios dados. A maneira como as informações são coletadas, analisadas, processadas, interpretadas e compartilhadas devem estar disponíveis para acesso e controle dos usuários, informando-os sobre como seus dados são utilizados e preocupando-se em obter a permissão para uso.
Com a crescente tendência em ataques e cibercrimes, a tecnologia humana traz reflexões importantes sobre a segurança ir além do hardware e software, pois nossos serviços e produtos precisam assegurar a integridade psicológica, digital e física do usuário.
Todos os dados sensíveis precisam ser armazenados em bancos separados, com implementação de soluções que garantam alta segurança e confiabilidade, além de medidas acionadas em caso de falhas técnicas ou sistêmicas, mantendo a comunicação com os usuários sobre vulnerabilidades e a adoção de procedimentos para alertá-los em caso de violação de dados.
De acordo com o estrategista digital Dave McRobbie, quando uma empresa reconhece o papel que a tecnologia desempenha, mas não esquece o papel que as pessoas desempenham, há um equilíbrio. “Um grande desafio é que muitas empresas realmente não se importam com a privacidade. Estão obcecadas em coletar dados. Minha esperança é que as empresas desenvolvam um modelo que não se baseie em distrair os usuários e clientes, mas em enfatizar a criação de um negócio que respeite seu público. Isso representa a criação de um produto ou serviço que esteja lá quando as pessoas precisam.”
O desafio cada vez maior está, além de acompanharmos todas as novidades em tecnologia e oportunidades para as empresas, seja com foco no cliente ou no fator humano dentro das nossas estruturas, em pensarmos na integração desses conceitos cada vez mais latentes com olhares importantes para o ser humano, com a estratégia e o plano de negócio.
Esta é a importância que a tecnologia humana possui, criando oportunidade para trazermos esses conceitos para discussões, aprimorando a atuação das empresas e acompanhando tendências que surgem com a aceleração tecnológica. Desta forma, conseguiremos proporcionar ambientes digitais cada vez mais saudáveis para os nossos clientes e colaboradores.
Fonte: Mercado & Consumo