sexta-feira,22 novembro, 2024

IA vai tornar recuperação de crédito mais barata e eficiente

Pioneira no Brasil em criar uma plataforma de inteligência artificial (IA) para recuperação de crédito baseada na versão mais atual do ChatGPT (4), a startup de cobrança digital Monest quer facilitar o acesso ao serviço de recuperação de crédito às PMEs.

Segundo a empresa, a inteligênciaartificial (IA) pode reduzir em até 35% os custos do serviço de recuperação de crédito, o que abre uma oportunidade para as empresas de menor porte também contratarem serviços especializados em cobrança.

Thiago Oliveira, fundador e CEO da Monest, defende que o mercado de cobrança de valores passará por uma profunda transformação causada pela IA, já nos próximos meses.

Isso vai ocorrer não só em função do atendimento feito por assistentes virtuais com IA apresentar maior potencial de produtividade e eficiência, mas, principalmente, por tornar o serviço mais acessível a quem não tem orçamento para contratar empresas de call center. Para o executivo, o uso de IA nas atividades de cobrança vai democratizar a contratação de serviços de cobrança.

“O serviço de cobrança de dívidas por empresas especializadas ainda é, majoritariamente, contratado por grandes empresas, por requerer um custo mínimo relativamente alto. Por reduzir o custo de contratação, a IA abre uma grande oportunidade para as PMEs também contratarem serviços de cobrança de empresas especializadas nesta atividade”, define.

Já para o mercado como um todo, o efeito da IA na cobrança pode ser altamente relevante, visto que o total de recebíveis novos gerados a cada ano no Brasil é estimado em R$ 13 trilhões.

“Esse valor, somado ao saldo dos empréstimos feitos através do sistema financeiro nacional, que é superior a R$ 5 trilhões, e utilizando o percentual de 5%, comumente aceito para atrasos superiores a 60 dias no Brasil, resulta em um mercado potencial de quase R$ 1 trilhão para empresas especializadas em cobranças de dívidas”, aponta Oliveira.

Recuperação de crédito é realidade no Brasil
Segundo dados do Serasa Experian, o Brasil possuía, em abril de 2023, 71,4 milhões consumidores inadimplentes, número que vem crescendo desde julho de 2022 e que representa mais de 43% da população adulta. O total das dívidas negativadas gira em torno de R$ 340,6 bilhões.

O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian também revelou que, em fevereiro deste ano, 6,5 milhões de negócios entraram na lista de negativação. Esse foi o maior número de toda a série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2016. O montante de dívidas totalizou o valor de R$ 112,9 bilhões, sendo que em média, cada empresa com o nome no vermelho tem 7 dívidas vencidas por CNPJ.

A maior parte das empresas que estão na lista de inadimplência é do setor de Serviços, representando 53,8% do total. Em sequência estão os empreendimentos dos segmentos de Comércio (37,3%), Indústria (7,7%), Primário (0,8%) e Outros (0,4%), que contempla a área financeira e o terceiro setor.

E com o aumento da inclusão financeira no país, o mercado de crédito tem aumentado muito, o que demanda a necessidade de eficiência por parte das fintechs e bancos digitais para oferecer o serviço. Isso torna o Brasil um ótimo lugar para testar novas modalidades de recuperação de crédito.

“Podemos citar as adaptações de regulamentações. O Brasil é um mercado com regulamentações rigorosas o que permite à IA a possibilidade de garantir a conformidade. Tudo isso, somado à quantidade de pessoas que possuem acesso às redes sociais, facilita muito o contato e a comunicação com esses clientes por meio de canais digitais, como a plataforma MIA faz”, exemplifica Thiago Oliveira.

Além disso, o profissional reforça que a IA pode ajudar na saúde financeira de consumidores e empresas em termos de gestão de orçamento e educação financeira, garantindo que as pessoas entendam sua capacidade de pagamento e recebimento, permitindo uma melhor organização da saúde financeira. Já para empresas, pode auxiliar na análise de crédito, prevenção a fraudes e automação de cobrança.

Primeiro acordo realizado por IA
Em maio, a Monest realizou o primeiro acordo para pagamento de débito pendente, conduzido totalmente por assistente virtual com IA generativa. “Possivelmente, este foi o primeiro caso de êxito de acordo para pagamento de dívida feito 100% por inteligência artificial baseada na versão GPT-4, que foi lançada há pouco menos de dois meses”, acredita o fundador da Monest.

Ele destaca que a empresa foi uma das primeiras convidadas pela desenvolvedora do sistema, OpenAI, a testar a versão 4. “Isso nos ajudou a customizar rapidamente a plataforma MIA, já incorporando os novos recursos do ChatGPT”, revela Thiago Oliveira.

O caso real de recuperação de crédito intermediado pela MIA foi realizado para uma fintech de crédito que concede empréstimos sem garantia. O cliente em débito possuía inadimplência de cinco meses.

A Monest começou a rodar a MIA em sua base recentemente e a ideia é, progressivamente, impactar as mais de 150 mil pessoas que estão em situação de débito com as empresas clientes.

A plataforma conduz negociações por meio de diálogos naturais e oferece propostas de acordo, levando em consideração o perfil de cada cliente. A assistente de negociação interpreta as respostas do devedor e oferece soluções para o pagamento de forma facilitada para que o cliente consiga encaixar a despesa no seu orçamento.

O futuro é IA por voz
Para Thiago Oliveira, neste primeiro momento, o atendimento via IA vai otimizar a cobrança de dívidas para valores menores. Para valores maiores, a empresa está desenvolvendo um robô de IA por voz. De acordo com o executivo, a renegociação verbal é mais indicada para dívidas de valores maiores, visto que os devedores tendem a preferir uma negociação mais individualizada, tentando um acordo mais vantajoso do que as ofertas de prateleira.

“Vamos continuar focados em trazer inovações para o segmento de cobrança. Queremos ser pioneiros ao trazer ao mercado uma IA que atua por voz”, antecipa o executivo.

Segundo o fundador e CEO da Monest, isso depende muito da evolução da capacidade de processamento dos motores e linguagem de AI, uma vez que o que há disponível no momento ainda não permite que a experiência de interação verbal seja exatamente igual a uma conversa entre humanos.

“Contudo, acreditamos que isso mudará em breve e já estamos trabalhando para sermos os pioneiros nesta tecnologia também. Teremos um portfólio de soluções para clientes de todos os portes e para dívidas de todos os tamanhos”, completa.

Tecnologia de ponta em prol do consumidor
As principais tecnologias de IA que podem contribuir para otimizar a renegociação de dívidas e a recuperação de crédito são o machine learning (aprendizado de máquina), que consegue ajudar a prever padrões de pagamento e devedores mais propensos a quitar suas dívidas.

“Ultimamente, tem se falado muito da tecnologia financeira e das soluções de linguagem generativa que ajudam a criar chatbots com qualidade de atendimento muito superior aos praticados no mercado. Aliás, é essa tecnologia que usamos na MIA”, frisa o fundador e CEO da Monest.

“Acreditamos que as aplicações que se utilizam de IA e, principalmente, da IA generativa vão mudar muito a forma que nos relacionamos, tanto na cobrança como no atendimento ao cliente”, finaliza.

Fonte: Consumidor Moderno

Redação
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