A foto destacada pela NASA nesta terça (20) é uma composição, que mostra a beleza da Via Láctea no céu, acompanhada de um pouco da cultura dos povos nativos do Uruguai. Além da imagem da galáxia, há outra com o contorno de Ñandú, uma ave parecida com as emas.
Para alguns destes povos, a Via Láctea tem contorno no céu parecido com o da ave. Além disso, ela deixa uma pegada que é associada ao Cruzeiro do Sul, uma das constelações presentes na bandeira do Brasil.
A silhueta escura representa María Micaela Guyunusa, uma mulher indígena do povo Charrúa. Ela viveu durante o século XIX, e é considerada um símbolo da resistência colonial.
A foto foi feita em Cabo Polonio, no Uruguai, e revela um pouco da antiga relação entre o céu noturno e as diferentes culturas no mundo. Ao longo do tempo, os astros ajudaram diferentes povos a compreender o tempo e construir narrativas.
Lendas sobre a Via Láctea
Enquanto alguns povos associam a figura da ave à Via Láctea, outros associam têm narrativas sobre a visão da nossa galáxia no céu. Por exemplo, alguns povos africanos consideravam que a Via Láctea era formada por fogueiras, enquanto os polinésios acreditavam que ela era um grande tubarão que devorava nuvens.
Já a mitologia dos povos navajo, da América do Norte, descreve que, quando o mundo foi criado, as pessoas se uniam ao redor do fogo divino para pegar estrelas e colocá-las no céu. Um dia, o Coiote, uma divindade maliciosa, se cansou e simplesmente jogou as estrelas no céu, formando a Via Láctea.
Enquanto isso, a mitologia chinesa descreve que, quando o rei do céu criou o paraíso, ele pariu que sua filha o ajudasse a tecer nuvens e névoas. Ela se cansou, e seu pai pediu que fizesse uma pausa para brincar em meio às estrelas. Ao se banhar na Via Láctea, ela conheceu um rapaz, mas seu pai a proibiu de vê-lo. Ele jogou várias estrelas na Via Láctea, transformando-a em um rio impossível de ser atravessado. Mesmo assim, o pai permitiu que ela encontrasse o rapaz uma vez por ano.
Fonte: APOD