Graças aos avanços recentes conquistados por cientistas que estudam o Alzheimer, existem novas abordagens para estudar a doença. Entre elas, estão as linhas de pesquisa focadas em diferentes sintomas dos pacientes, que estudaram a origem do problema antes do agravamento. E elas trazem esperança de que a cura do Alzheimer esteja a alguns anos de distância.
Para quem tem pressa:
- Existem linhas de pesquisa focadas em diferentes sintomas de pacientes com Alzheimer;
- Uma delas descobriu que em pacientes acometidos pela doença o cérebro está envolvido por placas de proteína;
- Outra explorou a inflamação que o Alzheimer causa no cérebro;
- A última focou na proteína Tau, que forma emaranhados dentro dos neurônios;
- As três descobertas fazem com que alguns cientistas passem a estudar a origem do problema bem antes dos primeiros sintomas;
- Esse fator, em cada uma das linhas de pesquisa, pode fazer com que a cura seja descoberta em uma das frentes em um futuro não tão distante, segundo uma cientista.
O investimento nos estudos sobre o Alzheimer têm aumentado cada vez mais. E dado frutos. Por exemplo, o professor John Hardy, da University College de Londres, estuda a doença há 30 anos e descobriu que em pacientes acometidos pela doença o cérebro está envolvido por placas de proteína (beta-amiloides ou amiloides). Elas prejudicam a passagem dos impulsos nervosos entre um neurônio e outro.
No entanto, a descoberta do professor já não é suficiente. Por dois motivos. Primeiro: algumas pessoas vivem sem sintomas de Alzheimer e, depois da morte, autópsias revelam que elas tinham cérebros cheio de placas amiloides. Segundo: os remédios criados após a descoberta não tiveram a eficácia esperada.
Lá no começo, a gente achava que o medicamento contra as placas amiloides seria uma bala mágica. Mas primeiro foi difícil desenvolver os remédios. E mesmo quando esses remédios funcionam, não são uma bala mágica. Vamos precisar descobrir mais coisas.
Mais descobertas sobre Alzheimer
Além das placas de proteína no cérebro descobertas por Hardy, acredita-se que outra saída seja a inflamação que o cérebro tem com o Alzheimer. É que foram encontradas nas autópsias, junto com as placas amiloides, células de defesa que têm como função limpar o cérebro, chamadas microglias. No entanto, com o passar do tempo, as microglias perdem a eficácia e se tornam parte da “sujeira”, matando mais neurônios.
Até o professor Hardy resolveu olhar com uma nova abordagem para o problema. “Entre 2007 e 2014 saíram artigos muito bons sobre o papel das micróglias no Alzheimer. Então percebemos que precisávamos pesquisar isso também”, disse.
Os cientistas têm, no entanto, mais uma suspeita forte: a proteína Tau. Ela forma emaranhados dentro dos neurônios. E a grande maioria das pessoas que têm esses emaranhados apresenta sintomas de Alzheimer.
A gente observa que a Tau tem muita relação com a gravidade da doença tanto do ponto de vista de sintomas de memória, linguagem, mas também de sintomas neuropsiquiátricos.
Cura da doença
As três descobertas sobre o Alzheimer fazem com que alguns cientistas passem a estudar a origem do problema bem antes dos primeiros sintomas. Esse fator, em cada uma das linhas de pesquisa, pode fazer com que a cura seja descoberta em uma das frentes em um futuro não tão distante, de acordo com a cientista Malú Tansey.
Tenho muita, muita esperança de que a cura venha ainda no meu tempo de vida. E olha que não sou tão jovem. Em 15 anos talvez a gente se livre dessa doença. As descobertas de hoje são os medicamentos de amanhã.
Malu Tansey, cientista
Confira abaixo os sintomas do Alzheimer:
Em estágio inicial, a doença traz sintomas como dificuldades para falar e para cumprir tarefas simples do dia a dia, além de afetar a coordenação dos movimentos;
Nesse estágio, a doença também causa agitação e insônia;
Já em estágio mais avançado, ele acarreta deficiência motora e dificuldades para engolir, falar e se movimentar;
Muitas vezes, o paciente não consegue nem mesmo sair da cama.
Fonte: Olhar Digital