Prioridade de 95% das empresas brasileiras em suas agendas, o termo “ESG” não sai dos noticiários e da boca de CEOs e líderes políticos. A busca pela sigla cresceu mais de 1.000% nos últimos dois anos, segundo o Google Trends.
Mas afinal, por que esse tema está tão em alta agora? É uma tendência da moda ou veio para ficar? E quem realmente se importa com as diretrizes ambientais, sociais e de governança? Com a missão de responder a essas perguntas, a EXAME acaba de lançar o primeiro episódio da série gratuita Carreira em ESG.
A forma como o termo surgiu explica o motivo de ele ser foco de atenções das empresas. A sigla ESG (Environmental, Social and Governance — em português: Ambiental, Social e Governança) apareceu em 2004 após uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 55 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar esses fatores no mercado de capitais.
De lá para cá, a importância do tema só cresceu. Um marco para o mercado foi quando Larry Fink, CEO da BlackRock (maior gestora de investimentos do mundo, com mais de US$ 8,6 trilhões em ativos) se posicionou de forma categórica em relação a práticas sustentáveis, anunciando que iria cobrar e responsabilizar empresas que não estivessem promovendo práticas ESG.
“Quando acharmos que as empresas e conselhos não estão produzindo divulgações de sustentabilidade eficazes ou implementando estruturas para gerenciar essas questões, vamos responsabilizar os membros do conselho”, afirmou Fink.
Além dele, outras lideranças mundiais vêm se posicionando a fim de reforçar a importância das diretrizes ambientais, sociais e de governança. Em um relatório recente do Fórum Econômico Mundial, foi feita a seguinte afirmação: “O futuro dos negócios é digital e sustentável”.
Demanda por profissionais ESG
Neste cenário, o ESG passou de tendência à realidade nas empresas. Hoje, companhias de todos os tamanhos e setores já têm a sigla em sua pauta prioritária ou até mesmo áreas e setores focados exclusivamente em ESG. Por conta disso, a procura por profissionais capacitados para implementar as práticas sociais, ambientais e de governança tem aumentado.
“O crescimento sustentado dos empregos verdes é realmente uma ótima notícia”, afirma Sue Duke, Diretora de Políticas Públicas Globais do LinkedIn, no relatório do Fórum Econômico Mundial. Mas ela alerta para uma questão: o mercado ainda não conta com um número significativo de profissionais qualificados para essas posições. “Embora haja uma grande demanda por talentos com habilidades ecológicas, as pessoas não estão desenvolvendo habilidades ecológicas em um ritmo suficientemente rápido para cumprir as metas climáticas. Há uma oportunidade para todos ajudarem a reverter esse quadro.”
É a lei da oferta e da demanda: há uma alta demanda por parte das empresas por profissionais qualificados em ESG, que buscam se adequar cada vez mais às diretrizes, mas a oferta de profissionais ainda é escassa. Como consequência disso, as oportunidades nesse setor têm se tornado bastante atrativas, inclusive financeiramente.
Segundo uma análise conduzida para a Reuters pela startup de dados Revelio Labs, banqueiros e gestores de recursos de instituições americanas com cargos que constam “ESG” ou “sustentabilidade” no nome ganham, em média, salários-base cerca de 20% mais altos do que colegas com a mesma função sem esses rótulos.
Para quem se interessa por temas relacionados às questões ambientais, sociais e de governança, trabalhar com ESG pode ser um caminho profissional promissor. Profissionais de diversas áreas podem se especializar ou mesmo fazer uma transição de carreira para esse setor em ascensão.
Na série Carreira em ESG 2.0, a diretora de ESG da EXAME, Renata Faber, mostra ao longo de quatro episódios quais são as oportunidades profissionais de ESG e os caminhos possíveis para atuar nessa área.
A série pretende ensinar como construir uma carreira na área para profissionais que querem aliar um trabalho com propósito e boas remunerações, além de aproveitar as vagas que devem abrir nos próximos anos. Ao final do curso, os alunos recebem um certificado de participação.
Fonte: Exame