Neste ano, Santa Catarina comemorou 16 anos do reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como área livre de febre aftosa sem vacinação. Para marcar a data, a Secretaria de Estado da Agricultura realizou, nesta semana, o VI Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa, que integrou programação de reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa (Alesc). O encontro contou com o apoio das entidades Icasa, Sidicarne, Faesc e Ocesc.
O evento contou com três palestras: com a suinocultura e empreendedora rural Marcia Stuelp, o gerente executivo do Sindicarne e ACAV, Jorge Luiz de Lima e o médico veterinário e diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, Diego Torres Severo. Ao final das explanações, foi feita uma mesa redonda.
Jorge Luiz de Lima abordou o tema “O Agronegócio Catarinense, uma Visão da Importância da Sanidade Sobre o Aspecto Econômico”. Ele apresentou um panorama do agronegócio catarinense e os principais certificados sanitários internacionais que Santa Catarina têm e que são diferenciais para o Estado. O excelente status sanitário tornou Santa Catarina o maior produtor nacional de suínos, o segundo maior produtor de aves, com acesso aos mercados mais exigentes e competitivos do mundo, como Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul, Canadá e México.
O diretor executivo do Sindicarne relatou também a importância do agro para a geração de empregos. São mais de 60 mil empregos diretos e 480 mil indiretos. No total, são abatidas no estado 4 milhões de aves abatidas/dia e mais de 34 mil suínos/dia. “Entre integrados e cooperados às agroindústrias, temos cerca de 19 mil famílias, que respondem por um número de exportação superior a 70% que traz para o estado como divisa 31% do Produto Interno Bruto (PIB)”, analisa.
O movimento econômico gerado pelo setor é de mais de R$ 7 bilhões. “Os investimentos que as empresas fizeram no Estado em 2022 superaram os R$ 5 bilhões. SC é o segundo maior produtor de aves e o segundo maior exportador, já em suínos é primeiro produtor e primeiro exportador”, enfatizou Lima. O estado mantém um número significativo de plantas produtivas de aves e suínos, além de fábricas de rações que abastecem os abatedouros. Essas plantas industriais geram movimento econômico ao Estado, injetando capital diretamente na economia catarinense, pois são responsáveis pela movimentação diária de contêineres, quilômetros rodados de veículos de extensionistas, viagens diárias de veículos de carga, energia elétrica nas fábricas, folha de pagamento, pagamento a integrados e cooperados, pagamento a transportadores, dentre outros”, exemplificou, o que corrobora o valor mencionado anteriormente, superior aos R$ 7 bilhões.
Para Jorge de Lima, só é possível chegar a esses números em decorrência dos Certificados Sanitários Internacionais (CSIs), visto que boa parte do que se produz no Estado é exportada, mas garantindo-se também ao produto catarinense consumido no mercado interno a mesma qualidade daquilo que é enviado ao mercado externo. “Santa Catarina é responsável por 24% da exportação de aves do Brasil e 57% da exportação de suínos”, relatou, ao acrescentar que o status sanitário de excelência é resultado de um trabalho sério, resiliente e competente de toda a cadeia produtiva de aves e suínos, junto com os órgãos oficiais de governo e agências de gestão sanitária, destacando-se, em especial, a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Cidasc, MAPA, Icasa, Embrapa, Epagri, IMA, dentre outros. “Essa atuação conjunta nos permitiu conseguir um grande patrimônio que é nosso status sanitário, mediante atuação de governo, de produtores, de agroindústrias, de cooperativas, da sociedade civil organizada e da população em geral, ou seja, muitas mãos trabalharam de maneira organizada e sinérgica para conquistar essa liderança de exportação, atendendo mais de 150 países e sendo relevante também na produção nacional”, reforçou.
O Fórum fez parte do Mês da Saúde Animal dos Animais de Produção. Santa Catarina foi pioneira ao instituir legalmente o mês de maio como o mês dedicado ao reconhecimento das ações de promoção da sanidade dos animais de produção, já que o trabalho é feito todos os dias de maneira incessante. A escolha se deve, em maior parte, ao marco da Certificação da OIE, atual OMSA, como Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação recebida pelo Estado. Ao longo do mês foram realizados diversos outros eventos educativos e comemorativos em prol de sensibilizar a sociedade catarinense sobre a responsabilidade compartilhada na manutenção do status sanitário em saúde animal conquistado pelo Estado.
Os bovinos e bubalinos existentes em Santa Catarina não recebem vacina contra a febre aftosa desde o ano 2000, mas o trabalho de erradicação da febre aftosa se iniciou pelo menos 20 anos antes. O Estado foi certificado como zona livre sem vacinação pela OMSA em 2007, ou seja, os animais não são vacinados há mais de 20 anos.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional