Na farmácia ou no delivery, comprar remédio com receita digital é mais fácil do que com a versão original — basta ter acesso a um celular. Além disso, não é necessário imprimir o documento (PDF) enviado pelo médico, já que apenas a apresentação do arquivo e a sua conferência bastam. Em caso de prints, o QR Code deve estar obrigatoriamente visível.
A principal vantagem da receita médica digital é o fato do paciente não correr mais o risco de perder o documento físico, como eventualmente acontece. Outro benefício é a facilidade e a segurança na hora de verificar a autenticidade — afinal, um carimbo e uma assinatura são mais facilmente falsificados. Por fim, o documento também facilita a leitura da prescrição, já que, às vezes, a letra do médico pode ser de difícil compreensão.
Como comprar remédio com receita digital?
Antes de tudo, o paciente precisa ter passado por uma consulta médica, presencial ou teleconsulta, com um profissional de saúde que já emite receitas digitais. Após o diagnóstico da doença, definição do melhor tratamento e finalização do atendimento, deve chegar a prescrição completa para a pessoa no e-mail ou por aplicativo de mensagens.
Agora, sim, é possível ir até a farmácia comprar os remédios indicados. Para isso, basta apresentar o documento no celular ou transmiti-lo para a farmácia por WhatsApp. O mecanismo exato depende da forma de funcionamento do estabelecimento comercial. Após analisar a receita, o farmacêutico busca os medicamentos solicitados.
A seguir, veja um exemplo de receita digital:
Nem todo remédio pode ser prescrito digitalmente
De forma geral, a receita digital já funciona para a maioria dos medicamentos controlados, incluindo alguns antimicrobianos, ansiolíticos, antidepressivos, anticonvulsivantes, antipsicóticos e controladores de hormônios, segundo o Ministério da Saúde. Por outro lado, não pode ser usada na prescrição de remédios como retinoides e talidomida, pois ainda há a exigência da receita física.
Receita digital e receita digitalizada
Ponto importante: a receita digital não é igual a uma receita digitalizada. Por documento digitalizado, entende-se a foto de uma receita tradicional. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), esse tipo de documento, sem QR Code, só é válido para medicamentos de venda em receita simples ou isentos de prescrição médica.
Como médicos podem fazer receita digital
Agora, pensando nos médicos que desejam gerar as novas receitas, eles devem ter um certificado digital emitido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). É isso que comprovará a autenticidade dos documentos médicos.
No Brasil, já existem diferentes empresas que oferecem serviços que facilitam a emissão. Inclusive, o próprio CFM criou uma plataforma gratuita, em conjunto do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), para facilitar a emissão, é a Prescrição Eletrônica.
Apesar das inúmeras facilidades, médicos precisam pensar se, na sua atuação clínica, a emissão de receita digital é vantajosa para o seu público. Por exemplo, profissionais que atendem populações carentes ou pessoas muito idosas podem ter dificuldades de implementação.
Fonte: Ministério da Saúde e CFM