Uma smart city é muito mais do que apenas uma cidade com uma infraestrutura tecnológica avançada. É um ecossistema urbano que integra tecnologias de informação e comunicação (TIC) e dispositivos físicos conectados à rede da Internet das Coisas (IoT) para otimizar a eficiência das operações e serviços da cidade, ao mesmo tempo em que busca se conectar de forma mais efetiva com os cidadãos.
Uma das principais características de uma smart city é a coleta de dados específicos por meio de diferentes métodos eletrônicos e sensores espalhados pela cidade. Esses dados são utilizados para gerenciar ativos, recursos e serviços de forma mais eficiente, resultando em uma melhoria geral nas operações urbanas. Desde a gestão do tráfego até o uso de energia, os dados coletados permitem que as cidades tomem decisões mais embasadas e implementem soluções mais eficientes.
Além disso, uma cidade inteligente busca utilizar a tecnologia para promover a interação entre os funcionários municipais, os cidadãos e a infraestrutura urbana. Isso inclui a possibilidade de monitorar em tempo real o que está acontecendo na cidade e como ela está evoluindo, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz aos desafios urbanos. As TIC também são utilizadas para melhorar a qualidade dos serviços urbanos, reduzir custos, aumentar a interatividade com o governo e promover o engajamento cívico.
No entanto, o termo “smart city” ainda é bastante amplo e aberto a diferentes interpretações. O grau de inteligência de uma cidade varia de acordo com várias características, tais como: uma infraestrutura baseada em tecnologia, iniciativas ambientais, transporte público eficaz e altamente funcional, planos urbanos confiantes e progressistas, e a capacidade das pessoas de viver e trabalhar dentro da cidade utilizando seus recursos.
Segundo o Cities Motion Index, um ranking elaborado pelo IESE Business School da Espanha, existem 10 critérios que definem uma cidade inteligente:
- 1) Capital humano: refere-se à capacidade de atrair e reter talentos em diferentes áreas, bem como ao nível de educação e cultura da população.
- 2) Coesão social: refere-se ao grau de coexistência entre grupos de pessoas com diferentes rendas, culturas, idades e profissões, bem como à qualidade dos serviços públicos de saúde, assistência social e segurança.
- 3) Economia: refere-se ao desenvolvimento econômico sustentável do território, com base na inovação, no empreendedorismo e na produtividade.
- 4) Meio ambiente: refere-se à gestão dos recursos naturais e à redução dos impactos ambientais da atividade humana, como emissão de gases de efeito estufa, poluição do ar e do solo e geração de resíduos.
- 5) Governança: refere-se à transparência, à participação e à colaboração entre os diferentes atores públicos e privados que atuam na cidade, bem como à eficácia e à eficiência da administração pública.
- 6) Planejamento urbano: refere-se ao desenho e à organização do espaço físico da cidade, levando em conta aspectos como densidade populacional, uso do solo, infraestrutura básica e acessibilidade.
- 7) Projeção internacional: refere-se à capacidade da cidade de se conectar com outras cidades e regiões do mundo, por meio de redes de cooperação, intercâmbio cultural e atração de investimentos.
- 8) Mobilidade e transporte: refere-se à facilidade de deslocamento das pessoas e das mercadorias dentro e fora da cidade, por meio de modais diversos, integrados e sustentáveis.
- 9) Capital social: refere-se ao nível de confiança, solidariedade e engajamento dos cidadãos com a cidade e entre si.
- 10) Tecnologia: refere-se ao uso das TIC para facilitar a comunicação, a informação e a prestação de serviços na cidade.
Algumas cidades que se destacam nesses critérios são Nova York (EUA), Londres (Reino Unido), Paris (França), Helsinki (Finlândia), Singapura (Singapura), Tóquio (Japão) e Seul (Coreia do Sul). No Brasil, São Paulo é a cidade mais bem colocada no ranking do IESE Business School.
O sucesso de uma smart city depende da colaboração entre os setores público e privado. Enquanto o governo local desempenha um papel fundamental na criação e manutenção de um ambiente baseado em dados, muitas vezes é necessária a colaboração com empresas para fornecer a tecnologia e a expertise necessárias. Além disso, os analistas de dados desempenham um papel crucial, avaliando as informações coletadas pelos sistemas da smart city e encontrando soluções para problemas e possíveis melhorias.
Fonte: IHU