Recentemente, pacientes que frequantam o Hospital Popular da Universidade de Beijing aperceberam-se que o tempo necessário na fila para dar entrada no hospital durante os períodos de maior movimento foi reduzido de mais de uma hora para cerca de 10 minutos.
A pouca distância, no terceiro andar do edifício de escritórios do Comitê de Gestão Urbana do distrito de Xicheng, na tela do “Sistema Auxiliar de Tomada de Decisões de Gerenciamento de Tráfego”, a circulação em torno do hospital torna-se clara num piscar de olhos, com recursos regulares a apresentar sugestões de melhoria de circulação.
Uma cidade moderna é um ecossistema complexo. Nos últimos anos, o rápido desenvolvimento e popularização da tecnologia de urbanização digital trouxe novas ideias e soluções para o planejamento urbano, construção, governança e gestão.
Esta tecnologia pode projetar em tempo real vários indicadores e dados do funcionamento de uma cidade. Cao Xinchi, vice-presidente da China Electronics Cloud, refere que a digitalização urbana se baseia em modelos de recolha de informações e na disposição geográfica tridimensional das infraestruturas da cidade, recorrendo à tecnologia da internet das coisas.
A digitalização urbana da China deu entrada em uma “via rápida”. Em 2022, a dimensão do mercado das cidades digitais da China será de 5,1 bilhões de yuans. A construção de uma cidade digital que permita fazer adaptações com precisão, pode não apenas permitir que os responsáveis pela gestão urbana possam agir com mais eficiência, como cria também mais condições para a garantia do desenvolvimento sustentável.
Em Jinan, província de Shandong, a plataforma do sistema de informações de visualização do ambiente geológico pode realizar automaticamente uma leitura da estrutura do estrato, litologia, características de desenvolvimento cárstico e outras informações ao longo da linha de trânsito ferroviário e fornecer orientações para a análise e melhoramento do tráfego ferroviário.
Em Suzhou, na província de Jiangsu, esta tecnologia permite a preservação de informações de edifícios antigos e fornece dados cruciais para a sua proteção e reparação. A nova área de Xiong’na, na província de Hebei, planejará e construirá em simultâneo a cidade digital e a cidade real. Ambas irão interagir na criação de uma cidade digital e cidades inteligentes.
As cidades digitais têm vindo a despontar em vários lugares, mas trouxeram também alguns desafios. “Em termos de tecnologia, a cidade digital precisa incluir o armazenamento, processamento e apresentação eficiente de dados heterogêneos. O grande volume de dados que esta tecnologia permite obter representa um teste à capacidade da plataforma e à largura de banda da rede. O carregamento visual massivo em 3D, a navegação em tempo real de dados espaço-temporais, atualização em tempo real de dados, etc, implicam custos elevados em termos de hardware, tempo e mão-de-obra,” disse Cao Xinchi, vice-presidente da China Electronics Cloud.
“A digitalização não é apenas um ‘propulsor de eficiência’ na gestão urbana. Constitui também um ‘amplificador’ de questões como segurança de dados e proteção de privacidade”. Zhou Hongyi, fundador do Grupo 360, afirma que, como os serviços públicos da cidade, as indústrias econômicas, e a subsistência social aceleram a transformação digital e a complexidade e diversidade dos cenários de aplicação. Toda a “arquitetura” da cidade é baseada na rede, software e dados, sendo que o papel da segurança digital é cada vez mais proeminente. Os recursos de segurança digital devem ser integrados na construção de infraestruturas urbanas, considera.
Li Deren, membro da Academia Chinesa de Ciências, Academia Chinesa de Engenharia e professor da Universidade de Wuhan, sugeriu que, no futuro, deve ser tomada a iniciativa no enfrentamento de novos desafios e na promoção ativa da construção conjunta de espaços físicos e do ciberespaço, de modo a que o processo de digitalização urbana da China seja um sucesso.
Texto: Gu Yekai, Diário do Povo