País sul-americano tem sofrido com uma severa estiagem nos últimos meses, mas tem conseguido se manter competitivo no mercado internacional com bons fluxos de produção e preços competitivos em dólar.
Em abril do ano corrente, os argentinos abateram cerca de 1,17 milhão de bovinos, volume 11,4% superior ao registrado no mesmo período de 2022. Seguindo o viés observado no 1º trimestre, os resultados de abril também renovaram máximas dos últimos 5 anos para o mês.
No acumulado dos primeiros 4 meses de 2023, o volume total de abates de bovinos ficou em pouco mais de 4,7 milhões de cabeças. Além do crescimento de 12,3% ante o mesmo período do ano anterior, esse também foi o maior resultado para o período desde 2009.
A robustez dos abates de bovinos na Argentina desse início de ano está ligada a uma série de fatores. A menor disponibilidade de pastagens gerou uma série de consequências para a cadeia local, pressionando os confinamentos a aumentarem fortemente suas taxas de lotação. Entre janeiro e fevereiro, os preços foram pressionados em viés de alta com a menor oferta de animais terminados, o que estimulou o envio precoce de animais ao abate, mas já parece ter equilibrado o mercado local em alguma medida nas últimas semanas.
Analogamente, sem o suporte de boas condições de pasto, fêmeas que seriam retidas para a produção de bezerros acabaram sendo enviadas ao abate, movimento que fica claro pela alta nos abates de fêmeas de praticamente todos os meses em 2023.
Há grandes incertezas em relação às expectativas para o restante do ano, dado que o período mais seco do ano na Argentina se dá durante os meses de inverno, que devem começar em breve e podem agravar ainda mais a situação. No entanto, o aumento das probabilidades de que o fenômeno El Niño se torne ativo já entre maio e julho pode favorecer a recuperação das áreas de pastagem argentinas, pois um de seus principais efeitos no país é exatamente o aumento das chuvas.
Fonte: DATAGRO