Pesquisadores encontraram, pela primeira vez, “impressões digitais” deixadas pela explosão das primeiras estrelas no Universo. Utilizando o VLT (Very Large Telescope) do ESO, eles conseguiram detectar três nuvens de gás distantes que possuem uma composição química correspondente as primeiras explosões estelares.
As primeiras estrelas do universo se formaram cerca de 200 a 300 anos após o início do universo, a partir da condensação de nuvens de gás e poeira cósmica. Elas eram muito diferentes das estrelas que vemos hoje em dia, pois eram muito massivas, brilhantes e quente, e provavelmente tiveram um papel importante na formação das galáxias.
Elas eram compostas apenas por elementos químicos mais simples, como hidrogênio e hélio, e tinham uma vida relativamente curta. Ao explodirem em supernovas poderosas, enriqueceram o gás circundante com elementos pesados pela primeira vez, que deram origem às gerações posteriores de estrelas. Como as primeiras estrelas já se foram há muito tempo, é difícil estudá-las. Para procurar o sinal revelador dessas primeiras estrelas, a equipe procurou nuvens distantes de gás pobres em ferro, mas ricas em outros elementos.
A equipe responsável pela pesquisa sobre as primeiras estrelas utilizou quasares como faróis de luz para detectar e estudar nuvens de gás distantes. Os quasares são fontes brilhantes que possuem buracos negros supermassivos nos centros de galáxias remotas. Conforme a luz emitida por um quasar se desloca pelo universo, atravessa nuvens de gás e os elementos químicos presentes nesse meio deixam uma impressão em sua trajetória.
Para analisar esses dados, os pesquisadores usaram o instrumento X-shooter, que separa a luz em diferentes comprimentos de onda, tornando-se um instrumento único para identificar muitos elementos químicos nessas nuvens distantes.
Essa descoberta abre novas possibilidades para estudar a natureza das primeiras estrelas, complementando os estudos já realizados sobre estrelas em nossa galáxia.
Fonte: Tec Mundo