A projeção é de que o mercado global de smart cities salte dos atuais US$ 511,6 bilhões para mais de US$ 1 trilhão em 2027, informou o presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC, Jean Vogel, durante live que debateu as oportunidades de negócios na área. No encontro, realizado nesta quinta, dia 13, foi lançado o MBI em Smart Cities, pela Academia FIESC de Negócios.
“É um tema quente e que oferece muitas oportunidades”, disse Jean, explicando que smart city é um território que se desenvolve de forma planejada, proporcionando aos seus usuários um ambiente eficiente, que utiliza tecnologias combinadas e impulsionadas por políticas públicas para se constituir em uma plataforma de desenvolvimento para pessoas e negócios. No campo dos negócios, ele salienta que há inúmeras oportunidades, especialmente para a indústria, em áreas como eletrificação, reuso de água, tratamento de esgoto, prédios eficientes, construção civil, impressão 3D, distritos de inovação, segurança de dados, por exemplo.
O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, disse que smart cities é um tema estratégico para a entidade e que envolve diversos setores industriais. “Não há cidade no mundo que não pense nos desafios que têm pela frente, seja para ser mais inteligente no uso dos recursos naturais, seja para planejá-la para ser mais eficiente e atrair novos investimentos”, destacou.
No encontro, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de SC, Marcelo Fett, apresentou os principais pontos do Programa SC Inovadora e as ações voltadas às cidades inteligentes. “Depois de muito estudo, chegamos à conclusão que, se colocássemos o setor produtivo no centro da estratégia de inovação no estado, a gente conseguiria aumentar o volume de investimentos e os recursos materiais, intelectuais e econômicos. A estratégia de inovação está sendo ancorada no setor produtivo”, explicou. No campo da conectividade, elemento essencial para fomentar as cidades inteligentes, a iniciativa do governo prevê que 246 municípios catarinenses sejam contemplados com a tecnologia 5G até 2028.
Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), destacou que, nos últimos quatro anos, a entidade tem trabalhado para acelerar o processo de transformação digital. “Em determinado momento, me deparei com uma limitação: se as cidades não estiverem preparadas com conectividade e em condições mínimas de infraestrutura, o processo de inclusão digital das empresas atinge um teto. Então, comecei a me envolver muito com o assunto cidades inteligentes”, afirmou.
Ele também salientou que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostra que, no Brasil, a população urbana já é mais de 84%. “Então, o problema das cidades inteligentes é o problema da urbanização e de todos nós”, declarou, informando que a ABDI tem atuado por meio dos SandBox, que são ambientes sem regulação, instalados nos municípios, voltados para pesquisas e validação de tecnologias.
O CEO da Icities, Beto Marcelino, apresentou as linhas gerais do trabalho da empresa, fundada em 2011 e sediada em Curitiba. A companhia está à frente da Smart City Expo Curitiba, feira que foi realizada em março, e que gerou R$ 150 milhões em negócios. Também contou com 15 mil participantes, 180 palestrantes, 450 prefeituras, 150 prefeitos e 65 expositores.
Fonte: MN