A partir de uma técnica inovadora, médicos de um hospital na Espanha realizaram um transplante de pulmão com a participação de um robô e em uma nova via de acesso que não requer mais a separação das costelas e a abertura do tórax, de acordo com os especialistas.
Cirurgiões do hospital Vall d’Hebron, em Barcelona, usaram um robô de quatro braços apelidado de “Da Vinci” para cortar uma pequena seção da pele, gordura e músculo do paciente para remover o pulmão danificado e inserir um novo através de uma incisão de oito centímetros na parte inferior do esterno, logo acima do diafragma.
Segundo eles, o novo procedimento é menos doloroso para o paciente, pois a ferida fecha facilmente e é mais seguro do que o método tradicional, que exige uma incisão de 30 centímetros e um pós-operatório muito delicado.
“Acreditamos que é uma técnica que vai melhorar a qualidade de vida dos pacientes, o período pós-operatório e reduzir a dor. Esperamos que essa técnica acabe se espalhando para mais centros”, afirmou Albert Jauregui, chefe do Departamento de Cirurgia Torácica e Transplantes Pulmonares do Vall d’Hebron, à imprensa nesta segunda-feira (17).
O procedimento pioneiro, que até agora só havia sido usado para tratar o câncer de pulmão, foi realizado em Xavier, um homem de 65 anos que precisou de um transplante de pulmão devido à fibrose pulmonar.
Xavier disse que se beneficiou da nova técnica. “O resultado é que posso falar com vocês e contar um pouco da minha história”, disse.
A Espanha é líder global em transplantes de órgãos, com uma média de 7 doadores e 15 transplantes por dia em 2022, segundo dados do Ministério da Saúde espanhol.
(Edição de Inti Landauro e Christina Fincher)
Por: Emma Pinedo da Reuters