sexta-feira,20 setembro, 2024

Nova era plant based: 3 tendências sustentáveis que estão permeando os produtos

Como todo idioma e toda cultura, a língua portuguesa e o Brasil têm suas peculiaridades – e termos que não podem ser traduzidos literalmente ou que, quando traduzidos, perdem o contexto completo. Um exemplo disso é o termo “mistura”. Motivo de memes internet afora, e expressão representa o complemento do tradicional “arroz e feijão” – típica refeição nacional – e, em geral, é representado por uma porção de proteína animal. Mas, para grande parte dos brasileiros, essa tradição tem se transformado: a alimentação “plant based“, ou seja, com base em plantas, é uma tendência sustentável que se consolida cada vez mais.

De acordo com o The Good Food Institute Brasil, quase um terço da população brasileira já se define como flexitariana – grupo composto por pessoas que escolheram reduzir o consumo de proteína animal ao longo da sua rotina. Nesse sentido, dados da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgados em 2021, mostram que 46% dos brasileiros já deixaram de comer carne por vontade própria pelo menos uma vez por semana. Por coincidência ou não, o novo hábito está em linha com o movimento Segunda Sem Carne, criado há anos pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

No Brasil, 82% dos consumidores que consomem proteína vegetal buscam saudabilidade

Tendo como principal motivador a saúde, os flexitarianos são o principal público-alvo da indústria de alimentos plant based, que cresceu 11% nos últimos cinco anos. Para 2025, o setor projeta faturar mais de 130 milhões de dólares.

Além do plant based: As tendências sustentáveis vieram para ficar

Uma das provas mais concretas da ascensão da alimentação sustentável no país é a Typcal, food tech voltada para o consumo saudável. Seus produtos são muito mais saudáveis com propostas zero calorias, zero açúcar, zero sódio, sem conservantes e corantes artificiais e sem nada de origem animal. É a única startup de produtos plant based que trabalha somente com a proteína da ervilha amarela. Criada em 2019 como 100 Foods, a startup fez a primeira rodada de captação anjo em abril de 2020, captando R$ 720 mil reais entre investidores anjo e crowdfunding.

46% dos brasileiros já deixaram de comer carne por vontade própria pelo menos uma vez por semana

Ao longo de 2020 e 2021, a marca expandiu a atuação para outros territórios e desenvolveu a linha de produtos análogos à base de plantas. Em 2022, a empresa finalizou a rodada seed, captando R$ 4 milhões, tendo a Futurum Capital como líder, e fez um rebranding, com a mudança de nome e visual.

Diante de tudo isso, para o CEO e fundador da Typcal, Paulo Ibri, existem, claramente, três tendências sustentáveis que estão permeando o mercado de produtos do segmento. São elas:

  • Otimização de produtos

Os consumidores estão cada vez mais atentos na busca por escolhas conscientes e equilibradas no dia-a-dia, mesmo entre os produtos plant based.

De acordo com um estudo recente da Nielsen, 42% dos brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir o impacto no meio ambiente. E é por isso que cada vez mais as marcas têm investido em otimizar os produtos prezando pelo equilíbrio entre sabor e saudabilidade.

Essa preocupação tem aumentado à medida que surgem novas tecnologias e as demandas do consumo vão se transformando.

  • Saudabilidade

Os produtos plant based são uma boa alternativa não só para os animais e o meio ambiente, como também para a saúde. Reduzir o consumo de proteína animal pode trazer benefícios para o corpo, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e a chance de desenvolver diabetes e hipertensão, por exemplo.

Além disso, o principal motivo que leva os consumidores a optarem pelas proteínas vegetais é o fato de estes alimentos terem uma quantidade menor de gordura, de acordo com uma pesquisa do The Good Food Institute (GFI).

Com tantos mitos acerca da alimentação, as foodtechs apostam em trazer os alimentos à base de plantas para a rotina dos brasileiros com ingredientes mais saudáveis.

  • Qualidade nutricional

É cada vez mais comum que os consumidores leiam a tabela nutricional de um produto antes de fazer a compra, seja por intolerância a algum ingrediente, por hábitos alimentares mais saudáveis ou somente por uma escolha mais sustentável.

“Para desenvolver um produto à base de plantas de qualidade, não basta apenas utilizar uma proteína vegetal, o objetivo é que o consumo seja de fato mais saudável do que a proteína animal, com informação clara e direta para que os consumidores saibam exatamente o que estão ingerindo”, coloca Paulo Ibri.

A captação de consumidores no segmento

Em um cenário global, quando se analisa tendências sustentáveis na América Latina, o principal motivador de consumo em proteínas alternativas é uma preocupação com o estilo de vida e, nisso, o interesse do brasileiro se sobrepõe.

No país, 82% dos consumidores que consomem proteína vegetal o fazem em busca de saudabilidade, um número relativamente maior quando comparado a outros países, tais como Argentina (73%), Chile (75%) e Colômbia (74%).

Vale lembrar que essa busca pela alimentação saudável foi muito impulsionada pela pandemia de Covid-19, na qual grande parte da população foi submetida ao isolamento social.

Desse modo, Paulo Ibri, CEO e fundador da Typcal com 13 anos de experiência em marketing e vendas, revela que a empresa possui dois canais principais de aquisição de clientes:

Ações de trade marketing nas principais redes varejistas, com ofertas de desconto e degustações, visto que o produto tem um índice de aceitação muito alto e quem prova volta a comprar, e redes sociais e campanhas no Instagram junto a influenciadores.

“Constantemente entramos em contato com alguns de nossos clientes via e-mail ou redes sociais digitais para buscar oportunidades de melhorias e até feedbacks não só de produtos atuais, mas também de possíveis lançamentos e do que nossos consumidores gostariam de ver no mercado”, pontua.

O executivo também conta que a Typcal leva o Net Promoter Score (NPS) em consideração em seus processos, tanto que pesquisas de satisfação são realizadas periodicamente. “Perguntamos, através de questionário, sobre o atendimento de nossa equipe e relação comercial àqueles que compraram os nossos produtos”, finaliza.

Por: Amanda medeiros

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