Os aportes em startups brasileiras tiveram queda de 86% no primeiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o relatório Inside Venture Capital Report, do Distrito, foram realizadas 91 rodadas de negócios, com uma injeção de US$ 247,02 milhões no período. No mesmo trimestre do ano passado, o setor contabilizou 306 rodadas e US$ 1,7 bilhão em investimentos
Na comparação setorial, as fintechs foram as que receberam o maior volume de recursos (US$ 112 milhões), seguidas pelo setor de supply chain (US$ 51,1 milhões) e energytech (US$ 48,6 milhões).
“Os dados mostram mais founders incrementando seus caixas com operações de dívida e com estruturação de M&A. Essa tendência já aparecia no fim de 2022 e continuou em expansão neste trimestre. São números que acabam mostrando a resiliência das startups em um momento de instabilidade de mercado que muitas delas não haviam vivenciado”, diz Gustavo Gierun, CEO do Distrito.
Impactos
O executivo destaca que o resultado foi afetado também pelo contexto macroeconômico global e pelo medo de uma crise bancária causada pela falência do Silicon Valley Bank.
“Tudo isso fez com o que os investidores segurassem ainda mais os seus caixas, principalmente no mês de março. De toda forma, vale ressaltar que os números volumosos que vimos em 2020 e em 2021 não devem reaparecer no horizonte, mas é importante destacar que não devemos seguir com um cenário de escassez de capital por muito tempo”, explica.
O levantamento apontou ainda que foram feitas 32 operações de M&A nos três primeiros meses de 2023.. As startups tiveram maior representatividade no número de aquisições feitas, com 17 transações, o que compreende 53,1% do total.
Já os M&As de empresas tradicionais e de corporações contabilizaram 34,4% e os investidores institucionais completaram o perfil de compradores com 12,5%. Na avaliação setorial, as martechs representam o setor de startups que mais foi adquirido, com 4 M&As, seguidas por healthtech, com 5.
Fonte: Mercado & Consumo