Que tal um passeio guiado por pontos históricos de Cuiabá, sem custo e cheio de emoções durante o seu dia a dia convencional? Diariamente circulam milhares de pessoas pelo Centro Cuiabá e em meio a esse tanto de gente andando por aqui, há artistas de rua que, entre um compromisso e outro, resistem e seguem fazendo seu trabalho para entreter o público e levar cultura cuiabana pelos espaços da Capital.
Criado no ano de 2006 na periferia da região do Coxipó, o Grupo Tibanaré desenvolveu uma política de descentralização dos seus projetos artísticos e culturais, com espetáculos, ações formativas e festivais, em sua grande maioria, realizados em espaços não convencionais, como ruas, praças, feiras, ônibus coletivo, comunidades rurais, escolas públicas e centros comunitários. E mesmo tendo iniciado seu processo de difusão nacional e internacional, as ações do coletivo continuam tendo como foco esses espaços alcançar pessoas com pouco acesso aos bens culturais da cidade.
“A grande maioria das nossas ações é voltado para espaços não convencionais. Fazemos festivais, eventos, ações formativas, intervenções, e ocupamos o teatro também. Gostamos o maior número de espaços possíveis, gostamos de investigar os espaços como potência artística”, explica Fernanda Gandes, atriz e produtora geral do Grupo Tibanaré.
Fernanda conta que o ponto de partida foi sempre as manifestações populares da baixada cuiabana. As pesquisas giram em torno das danças, das sonoridades, das imagens, personagens históricos em todos os trabalhos do grupo, acrescido a um pouco de contemporaneidade, mas sempre com algum elemento da cultura local.
O objetivo é criar uma relação com a cidade e com as pessoas para que se identifiquem e tenham o sentimento de pertencer à Cuiabá, estreitando a relação artista-espectador. “A principal relação queremos estabelecer é a proximidade com uma pegada intimista. Dialogar com o público”.
“Intervemos naquele espaço no momento da apresentação para quebrar o cotidiano das pessoas que é automatizado. Queremos interferir nessa rotina e deixar um pouco de poesia na vida delas. No nosso acervo tem Ivens Scaff, Vera Capilé, Dunga Rodrigues, dentre outros. Temos criações dos artistas do elenco e espetáculo com uma releitura do lambadão cuiabano. Trazemos a dança regional como referência para o nosso projeto”, destaca.
Fernanda ressalta a atuação do grupo em festivais de âmbitos nacional e internacional, em países como Cabo Verde, Luanda, Turquia, China, Estados Unidos e Argentina, que já rendeu ao Tibanaré o Prêmio Brasil Criativo em 2016, com o espetáculo “Passeio Noturno”. Nele os atores percorrem de ônibus o Centro Histórico de Cuiabá, retratando as histórias antigas da arquitetura, os causos e lendas urbanas.
“Nós falamos de forma muito universal da cultura cuiabana que chega em todo lugar do mundo. O diálogo internacional é muito aberto”, aponta. “Vendemos para o público que eles irão conhecer Cuiabá, participar de uma história de amor conhecendo a cidade, os pontos turísticos, os induzimos a entrarem na história, na Igreja da Boa Morte. Temos cenas na Praça Alencastro e da República para falar da história de Cuiabá, de amor, das nossas lendas, trazer novas referências e um novo olhar das pessoas para Capital. Às vezes elas andam no Centro Histórico e não notam o que está ao redor delas. Então o público conduz o espetáculo junto com a gente, ele participa”, completa.
O Grupo possui uma extensa agenda de apresentações planejadas e previstas para 2023.
Espetáculos
- Temporada Canção da Iniciação – previsto para Junho;
- Temporada Passeio Noturno – previsto para Agosto, Setembro e Outubro;
- Temporada Palhaçando – previsto para Novembro e Dezembro;
- Fiu Fiu – Um encontro entre pássaros.