Após longa batalha movida por grupos de bem-estar animal, a orca Lolita, de 56 anos, será devolvida ao seu habitat natural, após viver 52 anos presa em cativeiro. Até 2022, o animal era uma das atrações do Miami Seaquarium, nos Estados Unidos, e “participava” de shows no local.
Lolita é um símbolo dos movimentos por bem-estar animal, já que é a última sobrevivente das 45 orcas capturadas para exibição em aquários entre 1965 e 1973 nos EUA. Na época, ela tinha pouco mais de quatro anos.
Vale mencionar que a medida de soltura da orca e o fim de atrações com animais mantidos em cativeiro foi impulsionado, em partes, pelo documentário Blackfish – Fúria Animal. Na obra-denúncia, foram relatados o tratamento cruel que orcas, baleias e golfinhos eram submetidos nos parques, enquanto focava na história de Tilikum.
Como foi a vida da orca Lolita?
Nos primeiros 10 anos de vida no cativeiro da Flórida, a orca Lolita conviveu com o Hugo, outro animal da mesma espécie. No entanto, o parceiro faleceu em 1980 após um aneurisma cerebral e desde então vive sozinha, segundo o jornal Miami Herald.
Aqui, é preciso destacar que as orcas são animais altamente sociais e têm elevado nível de inteligência. Por isso, uma das principais preocupações dos grupos de defensores de animais era o seu bem-estar, a questão da solidão e o diminuto tamanho do tanque em que foi mantida durante a vida.
“Se o Seaquarium concordar em movê-la, oferecerá o tão esperado alívio depois de cinco décadas miseráveis em um tanque apertado”, afirma a PETA, uma das organizações que lutou pela sua soltura, em nota. Para o grupo, o movimento pode incentivar outros parques a fazerem o mesmo.
Como ela será liberada após 50 anos em cativeiro?
Segundo a agência de notícias Reuters, o Miami Seaquarium firmou um “acordo vinculativo” com a organização sem fins lucrativos Friends of Lolita para devolver a orca ao seu habitat natural. Em até dois anos, o animal deve ser solto em alguma região no sentido noroeste do Pacífico.
No entanto, existem preocupações e pontos que precisam ser resolvidos antes da soltura. Especialistas questionam se, após uma vida de confinamento, a Lolita estaria apta para viver em um habitat natural. A questão também precisará ser aprovada pelo governo federal.
Fonte: Miami Herald
Por: Fidel Forato