Pelo quinto ano consecutivo Curitiba está na lista das 21 comunidades mais inteligentes do mundo, figurando como a única cidade da América do Sul na lista, segundo o ranking da Intelligent Community Forum (ICF) divulgado no fim de fevereiro.
Segundo o docente, uma cidade só será efetivamente inteligente se oferecer serviços públicos – tecnológicos ou não – para ampliar a qualidade de vida dos cidadãos, bem como disponibilizar aplicações dos recursos da tecnologia da informação na gestão da cidade e também na disponibilização de informações, a partir de estratégias integradas com todas as temáticas municipais ou funções públicas. “É um projeto mais abrangente que apenas oferecer internet para os cidadãos por meio de recursos convencionais de telecomunicações. Vai além de incluir digitalmente os cidadãos na rede mundial de computadores”, explica.
Apesar de Curitiba ainda ter de ampliar os serviços públicos aos curitibanos, há impactos positivos na oferta de alguns serviços tecnológicos de vanguarda. Segundo o professor, dentre os destaques que impactam na vida dos curitibanos, estão: a integração do transporte urbano e intermunicipal; semáforos integrados; aplicativos de estacionamentos; serviços de agendamentos médicos; aplicativos de saúde; bibliotecas eletrônicas nas unidades do Farol do Saber; escolas de robótica; controles digitais de movimentações de pessoas e veículos por meio de câmeras públicas com reconhecimento facial; botões eletrônicos de pânicos e ações policiais; cadastro do e-cidadão Curitiba; gestão de projetos e processos digitais para facilitar documentações municipais aos cidadãos; programa nota fiscal curitibana; guia Curitiba de turismo; plataformas de atendimentos por meio de portais com aplicações de inteligência artificial; ônibus elétricos e painéis solares; sistemas inteligentes de dados e informações dos cidadãos e do governo; redução de papéis e formulários para contribuir com meio ambiente sustentável; ampliação de portais eletrônicos. Além de iniciativas do governo como o Projeto Vale do Pinhão, que agrega também soluções tecnológicas e empreendedoras de empresas privadas, instituições públicas e organizações não governamentais.
São diversas aplicações que criam um todo para facilitar o dia a dia da comunidade. Para Denis, a evolução deve seguir nos próximos 10 anos, com a melhora dos atuais serviços tecnológicos oferecidos, o que irá proporcionar impactos positivos aos cidadãos. Porém, segundo ele, as cidades não terão “grandes impactos” se não considerarem a qualidade de vida dos cidadãos e as estratégias integradas das temáticas municipais. “De qualquer maneira, com os avanços tecnológicos mundiais e as pesquisas de universidades e organizações privadas e públicas, nós teremos inúmeros avanços tecnológicos nas cidades que aos poucos, efetivamente poderão auxiliar cidadãos e governos para tempos melhores”.
Entenda o conceito de ‘cidades inteligentes’
O termo smart city foi criado na década de 1960 e teve suas aplicações iniciais na década de 80 juntamente com a teoria “New Public Management” onde se procura aplicar nos governos oque há de efetivo na iniciativa privada, e vice-versa.
Até hoje, a maioria das iniciativas são a utilização dos recursos da tecnologia da informação, por isso a expressão “cidade tecnológica”. “Esses termos, principalmente em países desenvolvidos, já foram ultrapassados. Independente das palavras ou dos conceitos utilizados, muitos países fazem projetos de “cidades digitais” considerando os objetivos e as estratégias que contemplam toda a cidade, integrando as temáticas municipais, como por exemplo, saúde, educação, cultura, turismo, lazer, segurança, meio ambiente, mobilidades, espaços urbanos e rurais, etc”, explica o docente.
Um conceito atual e internacionalizado, segundo ele, é de cidade digital estratégica (strategic digital city, em inglês) que considera projetos integrados de todas temáticas municipais e contempla: estratégias municipais; informações da cidade; serviços públicos oferecidos aos cidadãos; e aplicações dos recursos da tecnologia da informação. Esse conceito está direcionado à ampliação da qualidade de vida dos cidadãos e também no auxílio à gestão da cidade de maneira inteligente, participativa, oportuna, inclusiva, sustentável e estratégica.
Um projeto efetivo de “cidade digital estratégica”, exige a elaboração dos seguintes projetos nas cidades: planejamento estratégico do município, com os objetivos e estratégias do município por meio das funções ou temáticas municipais; planejamento de informações municipais; planejamento dos serviços públicos municipais; e planejamento da tecnologia da informação do município, prefeitura e organizações públicas municipais envolvidas, incluindo também a sociedade e as empresas privadas.
Por Patrícia Sankari