sábado,23 novembro, 2024

Ondas de calor e frio: por que o agronegócio deve se preocupar com elas?

O início de 2023 está sendo marcado por ondas de calor que ultrapassam 40°C no Rio Grande do Sul e na Europa. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Ásia enfrentam ondas de frio brutais com termômetros marcando números atípicos entre -20°C e -40°C e provocando a morte de centenas de pessoas.

As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global têm contribuição importante nos verões e nos invernos mais rigorosos. Outros fenômenos climáticos, como o La Niña e o El Niño, também influenciam os recordes de calor e frio registrados em todo o mundo. Contudo, diversos mecanismos podem afetar a temperatura.

Conheça quais são as causas e os efeitos das ondas de calor e de frio na atividade agropecuária.

O que são ondas de calor?

As ondas de calor se caracterizam por um período prolongado com temperaturas anormalmente elevadas em uma região. Elas ocorrem quando o ar quente e úmido se acumula na superfície da Terra e não consegue escapar para a atmosfera superior. Dessa forma, forma-se um bolsão de calor semelhante a uma panela de pressão.

Isso pode ser causado por diversos fatores, incluindo ações humanas, como emissão de gases de efeito estufa, bem como mudanças na paisagem e fenômenos naturais, a exemplo da variação da temperatura do mar. Como consequência, as ondas de calor provocam condições climáticas extremas, como secas, incêndios florestais e elevação do nível do mar.

As ondas de calor podem prejudicar o crescimento das plantas, acelerar a maturação dos frutos e reduzir a germinação das sementes. O fenômeno aumenta a evaporação da água e favorece o desenvolvimento de pragas e doenças. Na pecuária, também pode afetar a saúde e o bem-estar dos animais, resultando em menor produção de leite, carne e ovos.

E as ondas de frio?

As ondas de frio se apresentam por meio de temperaturas mais baixas que o normal para a estação do ano em questão. São causadas por uma massa de ar frio que se move para uma região normalmente mais quente, podendo ser temporárias, durando apenas alguns dias, ou prolongadas, persistindo por semanas.

Entre os fatores que contribuem para o evento estão as mudanças na circulação atmosférica, como alterações na posição de altos e baixos de pressão, avanço de frente fria, topografia do terreno e correntes marítimas. As ondas podem gerar condições climáticas adversas, como vento, neve, geada e chuva em excesso.

As temperaturas extremamente baixas podem danificar ou destruir plantações, especialmente aquelas que são sensíveis ao frio, bem como atrasar ou interromper a colheita de frutas e verduras. O fenômeno ainda afeta a produção de leite e ovos e pode prejudicar o transporte de produtos agrícolas devido à neve e ao gelo acumulado nas estradas.

Como reduzir os efeitos das adversidades climáticas?

Os efeitos das ondas de calor e de frio podem ser mitigados com o plantio de cultivares e a criação de raças resistentes a climas extremos. As práticas agrícolas sustentáveis, como agricultura de conservação e rotação de culturas, também ajudam a reduzir as consequências do clima extremo, pois contribuem para a proteção do solo.

Nas temperaturas mais quentes, o fornecimento de água às culturas, o plantio de árvores e a construção de estruturas de sombreamento para animais e plantações contribuem para amenizar as consequências negativas. O uso de cobertura do solo ajuda a reter a umidade e reduzir os efeitos da falta de precipitações.

No frio intenso, coberturas, como plásticos, telas e tecidos, protegem as culturas dos efeitos de congelamento. Na pecuária, sistemas de aquecimento em estruturas como estábulos e galpões e uma dieta equilibrada com suplementos de energia ajudam a manter o bem-estar dos animais durante as ondas geladas.

Por Canal Agro

Redação
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