A Comissão Europeia apresentou as peças centrais de uma estratégia nesta quinta-feira para garantir que sua indústria possa competir com os Estados Unidos e a China na fabricação de produtos de tecnologia limpa e no acesso às matérias-primas necessárias para a transição verde.
A Lei da Indústria de Emissão Líquida Zero do executivo do bloco e a Lei de Matérias-Primas Críticas, parte do Plano de Negócios Industriais Verdes, são projetadas para garantir que o bloco não seja apenas um pioneiro no corte de emissões de carbono, mas também fique à frente na tecnologia necessária para fazê-lo. Há, no entanto, sinais de que isso está se atrasando.
O investimento global na transição verde deve triplicar até 2030, de 1 trilhão de dólares no ano passado, diz a Comissão.
“O ponto principal é que queremos ser líderes nas indústrias verdes do futuro”, disse o vice-presidente Valdis Dombrovksis em entrevista coletiva.
O executivo da União Europeia estabeleceu metas para a região extrair 10% das matérias-primas críticas que consome, como lítio, cobre e níquel, com a reciclagem adicionando mais 15%. Também pretende aumentar o processamento para 40% de suas necessidades até 2030.
O fornecimento de minerais vitais para a transição verde é um desafio, com a China processando quase 90% das terras raras e 60% do lítio, um elemento-chave para as baterias.
A Comissão disse que não mais do que 65% de qualquer matéria-prima crítica deve vir de um único país terceiro.
“Não somos um continente rico em recursos”, disse Dombrovskis, acrescentando que, para muitos materiais, a Europa conta com um pequeno número de parceiros. “Esta não é uma maneira estável nem confiável de construir as indústrias do futuro. Portanto, precisamos urgentemente diversificar.”
Equipamentos de energia limpa
A União Europeia também estabeleceu uma meta de produzir até 2030 pelo menos 40% dos produtos necessários para tecnologias “de emissão líquida zero”, como energia solar, em parte simplificando a concessão de licenças para projetos verdes.
O bloco também anunciou uma meta de sequestro de carbono de 50 milhões de toneladas até 2030. A captura de carbono faz parte de uma lista de tecnologias “de emissão líquida zero” que a União Europeia reconhece. Controversamente, os planos também incluem processos nucleares avançados.
O grupo industrial WindEurope disse que as propostas não explicam que tipo de apoio financeiro a União Europeia oferecerá para aumentar a produção de turbinas ou como os governos usarão as novas regras flexíveis para apoiar isso.
Colin Mackey, chefe de operações europeias da mineradora Rio Tinto, disse que recebeu bem a lei de matérias-primas críticas, mas que ainda há um longo caminho a percorrer para atender à demanda prevista.
O grupo sueco de mineração e fundição Boliden disse que a Europa precisa de muito trabalho para melhorar de um ponto de partida ruim e que grandes projetos de cobre e níquel são uma prioridade.
Por Reuters