Quem joga no PC ou consoles está na mira direta dos cibercriminosos, com o Brasil sendo o quarto maior país do mundo em golpes desse tipo. Ao longo de 2022, foram mais de sete milhões de incidentes registrados, um aumento de 57% em relação ao ano anterior. Minecraft e Roblox continuam como os títulos mais atingidos pelas fraudes que usam, principalmente, sites falsos.
Os números são da empresa de cibersegurança Kaspersky e também delimitam o público mais visado pelos bandidos. De acordo com o levantamento, a faixa dos 3 aos 16 anos de idade é a mais atingida por golpes online, tanto por serem os principais usuários dos games mais utilizados para a prática de fraudes quanto pela facilidade maior em ludibriar os pequenos com a oferta de itens, trapaças e outras vantagens nos mundos digitais.
A falta de conhecimento sobre cibersegurança se reflete em um total de mais de 878 mil sites fraudulentos baseados em jogos criados ao longo de 2022. E esse número se refere apenas aos quatro títulos mais explorados — além de Roblox e Minecraft, estão no topo da lista os games Fortnite e Apex Legends. No ano passado, foram quase 40 mil tentativas de instalação de malware ou softwares mal-intencionados.
Segundo a Kaspersky, enquanto o Brasil é o quarto colocado em volume total de ataques, também estamos na segunda colocação em número de jogadores atingidos, com mais de 232,7 mil gamers tendo contato com fraudes focadas em jogos pelo menos uma vez em 2022. Os mods que permitem customizar cenários, personagens e itens lideram como o tipo de exploração mais comum.
Novamente, surge o foco nos jogadores com idades menores, com a empresa de cibersegurança indicando um crescimento considerável no uso de opções voltadas a crianças em idades pré-escolar. Games como Toca Life World e Poppy Playtime, voltado para jogadores de três a oito anos, aparecem na lista de iscas mais usadas, enquanto Brawl Stars foi o que apresentou maior aumento, com 41% mais ataques ao longo de 2022.
“Os cibercriminosos miram apenas temas que possam ser eficazes no objetivo de realizar o roubo de informações e infecção dos dispositivos. Eles esperam que as crianças terão pouco ou nenhum conhecimento sobre golpes online, sendo vítimas fáceis”, explica Fabio Assolini,diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. Na visão dele, os golpes contra faixas etárias mais baixas já configuram tendência e acendem um alerta para os pais.
O especialista recomenda o uso de soluções de segurança no PC e smartphones como forma de evitar ataques comuns. Mais do que isso, porém, o acompanhamento direto pode ajudar na conscientização. “A presença dos pais no momento da instalação de um jogo é essencial, tanto para orientar [as crianças] quanto evitar golpes simples”, completa Assolini.
Usar aplicativos de controle parental ajuda a monitorar o uso dos dispositivos, enquanto mostrar interesse nas atividades online estreia laços e auxilia na identificação de eventuais problemas, além de facilitar a educação de melhores práticas de segurança. É importante explicar que, por exemplo, informações pessoais jamais devem ser compartilhadas em sites ou conversas privadas e que o download de aplicativos e jogos deve ser feito com cuidado para evitar vírus e outras ameaças digitais.
Fonte: Canaltech