O tema inteligência artificial está na pauta dos principais levantamentos e pesquisas recentes de inovação. A popularização da tecnologia se acentuou, nos últimos meses, com o ChatGPT, um sistema conversacional da OpenAI que vem sendo testado por um número cada vez maior de pessoas e que recebeu uma nova rodada de investimentos da Microsoft estimada em US$ 10 bilhões. Vale lembrar, no entanto, que IA não é um conceito novo e a tecnologia vem sendo desenvolvida há décadas.
Levantamento da Hibou Monitoramento de Mercado e Consumo, a pedido da MMA Latam, entidade de marketing e inovação, ouviu 1765 pessoas de várias regiões do Brasil e de distintas classes por meio de um painel digital. Sobre Inteligência Artificial em uma perspectiva abrangente, o estudo mostra que 87% dos brasileiros já ouviram falar da tecnologia, 54% acreditam que IA está mudando algo em suas vidas e 78% acham que a tecnologia pode roubar o emprego das pessoas.
Ligia Mello, fundadora da Hibou, explica que, por mais que a IA já esteja em uso nas recomendações de produtos e otimizações do celular, agora é o momento em que o público geral finalmente está conseguindo colocar as mãos em algo prático e testar por si mesmo, fazendo da curiosidade uma porta de entrada natural para esse universo. “Ou seja, é o melhor momento para alavancar a IA como diferencial e construir essa mentalidade junto com o consumidor, seja em devices IoT, nos canais de atendimento ou qualquer outra aplicação de negócios.”
“É interessante ver como a resistência contra o uso de IA em diferentes segmentos é baixa, poucas superando a marca de 20% ou 10%. As grandes exceções são Medicina, Engenharia e Advocacia – que apesar de serem três das mais fortemente beneficiadas com o uso de AI, possuem longo histórico de Viés de Autoridade junto a uma população geral ainda reticente em abrir mão disso. E em primeiro lugar na condução de veículos de carga e passeio, por um motivo não muito distinto”, destaca Ligia.
Ameaça aos empregos?
Em relação à preocupação com empregos, o estudo mostra que 51% acreditam que leis podem limitar o uso de IA, 45% exigem operadores de humanos para o uso da tecnologia e 16% acreditam que IA nunca será capaz de substituir seres humanos.
“Nos usos da AI, o público pede que o sistema “responda de uma forma que eu entenda” e “entenda facilmente o que eu falo”. “Isso acende um alerta importante para qualquer empresa: como está seu diálogo hoje? Entender e ser entendido é literalmente a definição de uma conversa, e se é isso que o consumidor espera que a IA venha a resolver primeiro implica que o grau de isolamento que está sentindo não é um fenômeno limitado à esfera política. Em tempo, a ‘humanização via AI’ pode ajudar também a devolver uma proximidade que a informatização e décadas de e-commerce tem desbastado das relações de consumo”, sinaliza Ligia.
A popularidade efetiva do ChatGPT
O levantamento também mostra que 6% das pessoas ouvidas já experimentaram o ChatGPT. Deste montante, 48% o fizeram para tirar dúvidas, 33% para fazer buscas, 21% na tradução de textos, 19% para correção de textos, 8% para corrigir códigos de computadores, 5% para escrever e-mails e 54% apenas por curiosidade. Sobre a continuidade do uso, 7% afirmam que continuarão contando com o ChatGPT mesmo que ele se torne pago e outros 27% só usam se for gratuito. Para 51% somente em caso de necessidade e 8% dizem que não.
Por: Luiz Gustavo Pacete