122 mil. Esse é o número de demissões em empresas do setor de tecnologia só nos dois primeiros meses deste ano. Se considerar também 2022, são 289 mil demitidos.
Como reflexo da crise econômica global pós pandemia, as empresas que antes tinham inflado seu quadro de funcionários para lidar com a alta demanda do período de isolamento, agora realizam cortes para se adequar à redução do consumo, que reflete em todos os setores.
Sempre com o maior número de vagas abertas, altos salários e home office, o setor de tecnologia é um dos que mais busca profissionais. Mas em meio à recente onda de lay-offs nas empresas originalmente de tecnologia, outro setor tem se destacado na contratação de profissionais digitais.
Apesar de parecer contraditório, esta área é uma das mais tradicionais da economia brasileira e mesmo com mais de séculos de existência é a que mais busca incluir inovação e tecnologia aos seus negócios.
É do agronegócio que estamos falando. Existente no Brasil desde o período colonial, o agro é responsável por ¼ de toda a riqueza produzida no país e ainda passa hoje por uma revolução chamada Agricultura 4.0. Essa nova era é marcada pela incessante busca por trazer a tecnologia ao campo e tornar os processos produtivos mais automatizados.
Hoje é mais comum relacionar a imagem do profissional do agronegócio a um drone ou um tablet do que a tratores e colheitadeiras. Robôs, softwares e inteligência artificial são elementos comuns em muitas lavouras do Brasil. E aquelas que ainda não têm estão correndo contra o tempo em busca dessas inovações.
Profissionais de tecnologia no agronegócio
Essa demanda por inovação no campo cria também uma demanda por profissionais que saibam integrar a tecnologia às fazendas.
Esse profissional é chamado de Agro Digital Manager. Ele é o responsável pela implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas e é buscado por empresas bilionárias do agronegócio para fazer essa revolução acontecer.
Uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional em parceria com o Senai e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostrou que nos próximos dois anos, carreiras ligadas ao agronegócio devem gerar mais de 178 mil vagas de emprego.
Mas o levantamento também apontou que a previsão é de que só haja cerca de 32 mil profissionais qualificados para essas vagas. Ou seja, são 5 vagas em aberto para cada profissional qualificado hoje.
As principais atribuições do Agro Digital Manager são identificar e mapear os problemas do campo e coordenar times em busca da solução para necessidades de produtores agrícolas e de todos os stakeholders do agronegócio.
A função principal desse profissional é comandar a implementação de projetos de tecnologia em negócios do agro. O essencial é entender quais são as principais dores do produtor rural hoje e fazer essa ponte com as soluções tecnológicas.
Fonte: Exame