Desde sua primeira edição, em 2001, o BBB (“Big Brother Brasil”) conta com estrutura tecnológica grande, afinal, trata-se de um reality show de três meses e transmitido 24h por dia. A cada ano, o departamento de mídia e tecnologia da Globo, chamado de Mediatech, analisa a evolução da tecnologia para trazer novas ferramentas para o programa.

Para 2023, houve verdadeiro “salto tecnológico” na visão da produção do BBB, que fazem desta edição a com mais inovações destes segmentos até então. Segundo comunicado da emissora carioca, as alterações visam “deixar a experiência do público ainda melhor e mais imersiva”, com maior “fluidez entre o real e o virtual”. “Nosso objetivo é surpreender e encantar”, pontua Alexandre Arrabal, diretor do Centro de Design da Globo.

IA monitorando participantes


A Globo indicou que, além das câmeras comuns, a edição 23 do BBB terá monitoramento dos brothers por equipamentos com IA e machine learning. Isso fará a identificação dos participantes, “promovendo acompanhamento automático dos cortes de câmera para mapear os movimentos pela casa”.

O diretor de Tecnologia de Entretenimento da Globo, Marcelo Bossoni, essa tecnologia “ajuda a monitorar os passos dos participantes dinamicamente para contar ao público as melhores histórias”.

Quarto do líder: reconhecimento facial e biometria


No quarto do líder, só entram aqueles que têm a face e biometria cadastradas. Idem quem acessa a central de controle no cômodo – recurso este que conferir, limitada e pré-determinadamente, imagens e áudios de outros participantes em outros lugares da casa.

Smartwatches personalizados


Ainda na edição 2022, os participantes começaram a receber smartwatches para ajudar no monitoramento de suas atividades físicas. No BBB 23, o modelo que os brothers estão utilizando é o Galaxy Watch 4.

Contudo, a Samsung entregou modelos modificados, que não possuem acesso à internet, já que eles não podem receber informações de fora da casa. O Olhar Digital já detalhou como funciona o wearable usado pelos participantes.No Instagram, o diretor da atração, Boninho, indicou que a versão modificada do Galaxy Watch 4 fica “apagada” e é 100% bloqueada, sem a conexão com a internet. Assim, somente ferramentas que monitoram a saúde corporal, como batimento cardíaco, medição do estresse e oxigênio no sangue, seguem funcionando e são mostrados na tela da TV dos telespectadores em dias de eliminação.

Celulares dobráveis


A Samsung aumentou sua presença no BBB além dos smartwatches ao apresentar seus smartphones dobráveis, o Z Flip e o Z Fold2, em 2021, em prova do líder. Nessa prova, os participantes escolhiam um número no telão, enviando mensagem aos dobráveis, indicando se o brother tinha sido eliminado ou não. À época, Juliette foi a vencedora.

Em 2023, os participantes estão usando um modelo da Samsung que não é dobrável para publicar fotos e vídeos em feed interno e que não foi divulgado. Como a Samsung lançará no Galaxy Unpacked, que será realizado nesta quarta-feira (1), o Galaxy S23, a expectativa é a de que ele seja promovido na atração – talvez até seja ele que esteja sendo utilizado pelos brothers.

Câmeras operando em 5G e o modelo 360º que custa R$ 300 mil
A casa é monitorada por 63 câmeras, com algumas operando em 5G, reduzindo assim o cabeamento necessário. Os modelos 5G funcionam até 100 vezes mais rápido que as 4G. Dessa forma, a sala de edição recebe as imagens de forma otimizada.

Desde 2022, a Globo possui a câmera Ozo, da Nokia, que grava em 360º, sendo utilizada em especial nas festas realizadas na casa. Em 2022, o único modelo foi quebrado pela sister Eslovênia – ela custa, em conversão direta, R$ 300 mil.

Metadados


Os metadados já existiam em edições anteriores e auxilia a produção na criação do storytelling (permite a rápida localização de cenas específicas pretendidas pelo pessoal). Assim, os trechos carentes de edição para irem ao ar na Globo à noite são editados mais rapidamente.

Estúdio com imersão
O estúdio do apresentador Tadeu Schmidt também passou por melhorias e mudanças. Ele se encontra nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e agora traz sensação de amplitude ao combinar elementos visuais reais e digitais.

Migração dos conteúdos para a nuvem

Neste ano, a Globo aumentou a migração de seus sistemas e data centers para a nuvem. Segundo a emissora, “pela primeira vez na história do programa, a infraestrutura e a segurança das plataformas digitais da Globo estão 100% na nuvem – um crescimento de 80% em relação à edição passada”. A migração, como é sabido, propicia mais confiabilidade em processos e mais velocidade em larga escala.

Por Rodrigo Mozelli