As mudanças climáticas já têm sido alvo de preocupação por parte da comunidade científica, e de acordo com um artigo publicado na revista Nature na última quarta (18), metade dos animais terrestres deve enfrentar um calor extremo, graças a esse fenômeno, o que só faz aumentar o alerta.
A equipe de cientistas analisou dados de temperatura de 1950 a 2099 para entender como os eventos de calor extremo devem afetar os vertebrados terrestres globalmente. Segundo o artigo, o calor extremo pode ser definido como um período de tempo que “excede significativamente” o limite histórico de calor.
Em um cenário de alto aquecimento global que prevê um aumento de 4,4 graus Celsius na temperatura global, cerca de 41% dos vertebrados terrestres devem suportar calor extremo que supera o recorde histórico. De acordo com o artigo, mais de 3 mil espécies de animais terrestres (o equivalente a 11% de todas as espécies) devem sofrer com calor extremo por mais de seis meses do ano. A relação de cada grupo de animais afetados é a seguinte:
- 55,5% dos anfíbios
- 51% dos répteis
- 31% dos mamíferos
- 25,8% das aves
A teoria dos especialistas é que répteis e anfíbios estejam adaptados para viver em uma faixa de temperatura mais estreita em alguns locais específicos do planeta.
Os autores ainda revelam que os animais em regiões que estão de 30 a 60 graus ao norte e ao sul do Equador serão mais afetados por mudanças extremas na temperatura diária, já que isso inclui lugares como desertos, matagais e pastagens.
O alerta é que o aquecimento global induzido pelo homem está causando mudanças extremas de temperatura em todo o mundo, e não são apenas os humanos que sofrerão o impacto desses eventos extremos de calor, mas também os animais. “Cortes profundos nas emissões de gases de efeito estufa são necessários com urgência”, concluem os pesquisadores.
Fonte: Nature via Inverse