No primeiro final de semana do ano, aconteceu o Consumer Electronics Show (CES) 2023, a maior feira de tecnologia do mundo. Durante o evento, foram apresentadas inúmeras novidades para o mercado tecnológico, desde batedeira inteligente até um traje exoesqueleto para amortecer o peso em determinadas funções.
A tecnologia interfere em praticamente todas as áreas da nossa vida, mas Diego Sette, diretor de tecnologia da Pearson Brasil, trouxe uma reflexão específica para o setor educacional no Brasil. Como podemos interpretar as revoluções em curso dentre novos softwares, ferramentas de Big Data e Inteligência Artificial (IA), entre outras novidades? O que podemos esperar do que foi apresentado em 2023?
O mercado de ensino em tecnologia está em alta, visto que muitas pessoas estão em processo de transição de carreiras ou buscando se especializar na área. Uma pesquisa da XP Educação, em parceria com a Octolab Insights, revelou que dentre as principais motivações para profissionais buscarem o mercado tecnológico, estão: se conectar ao movimento global de inovação e, assim, alcançar propósitos e objetivos pessoais — como um nível elevado de empregabilidade, crescimento profissional e independência financeira.
Como a tecnologia vai interferir na educação?
Caso você esteja se perguntando “Se eu não pretendo entrar no mercado tecnológico, como isso interfere na minha vida?”, Diego traz as respostas conforme o que foi apresentado no CES. Segundo o executivo, a IA é um dos destaques, visto que já apresentou diversas ferramentas de aprendizagem — desde chatbots, reconhecimento de fala até os “digi humans”.
“(…) imagine uma Lu da Magalu da educação? Um professor digital suportado pela IA será, em breve, um grande avanço nas atuais ferramentas de aprendizado digital, que ainda carecem de mais humanização”, afirma Sette.
O executivo traz como exemplo uma experiência da Pearson que usou o reconhecimento de fala e a IA em parceria com a Alexa, disponibilizando conteúdo para desenvolver o vocabulário e a escuta do idioma para o público infantil. Outra amostra de que ferramentas já consolidadas estão tornando a aprendizagem mais intuitiva, é o Microsoft Teams que, desde a sua adoção em massa na pandemia, está agregando recursos de interação, proporcionando um aprendizado mais interativo.
“Com a IA, reconhecimento de voz mais acurado, acesso a mais vídeos e áudios e soluções para confirmar a aprendizagem, tudo isso compõe o potencial da tecnologia em oferecer mais autonomia. Com muita IA e Data Science, ajudamos o professor e a própria tecnologia a serem preditivos do desengajamento dos alunos. Ligar o sinal amarelo antes de perder o aluno”, aponta Diego.
Ele ainda reforça que, apesar de estar em expansão, este mercado encontra limitações no Brasil diante dos desafios de infraestrutura de conectividade e na desigualdade do acesso às ferramentas e equipamentos adequados para rodar aplicativos e softwares mais avançados. Tendências como Metaverso, por exemplo, se desenvolverão para versões mais precisas até adquirirmos uma capacidade de processamento maior — potencializada pela rede 5G.
“Criar experiências de aprendizado vibrantes e enriquecedoras é uma missão compartilhada no meu ambiente de trabalho e lá fora, pelos milhões de educadores. A tecnologia segue aqui para isso, como todo ano nos lembra a CES”, conclui.
Por Giovana Pignati