A partir de janeiro de 2023, pelo menos 10 cadeias produtivas do agronegócio estarão contempladas no metaverso, o mundo virtual pelo qual é possível transitar sem sair do lugar tendo uma experiência bem próxima a da realidade. A ideia pioneira de levar as cadeias agrícolas para o metaverso foi apresentada pelo grupo Brasil Agribusiness no Fórum Planeta Campo 2022, no início de dezembro, e chama-se Brasil Agriland. Até junho do ano que vem, a empresa estima que pelo menos 3 mil pessoas já estejam utilizando a inovação para fazer negócios.PauseUnmute
A experiência funciona da seguinte forma: um agricultor interessado em comprar uma máquina, por exemplo, utiliza o computador, óculos de realidade aumenta ou controle de vídeo game (na sala de casa ou escritório) para “entrar” no veículo escolhido e ter uma noção melhor das dimensões e funcionalidades daquilo que está comprando. Segundo a CEO da Brasil Agribusiness, Carla Tuccilio, o principal objetivo do agro no metaverso é a comunicação. “Usar o metaverso, que é uma grande ferramenta de comunicação, como complemento para o trabalho que a gente está fazendo com o agribusiness, de posicionamento de imagem do agro brasileiro”, explica.
De acordo com Carla, o acesso à ferramenta é simples, bastando o interessado conectar-se ao site, criar um avatar e navegar. As empresas poderão ter na plataforma espaços exclusivos e customizados para receber seus clientes, promover ações de relacionamento, realizar reuniões, palestras, conferências, lançamentos e exposição de produtos em experiências imersivas e lúdicas com uso de recursos de gamificação (o emprego de técnicas comuns aos games em situações de não jogo) e entretenimento. Em sua segunda fase, a plataforma também será um canal de marketplace (formato que agrega produtos de diversas marcas e destinado a diversos setores) para a venda de insumos agropecuários. A CEO destaca, também, que outras iniciativas relacionadas ao metaverso aplicado ao agronegócio já existem, mas que o que faz da experiência da Brasil Agribusinees pioneira e relevante, é a profundidade e variedade de experiências que se propõe a entregar. “Nesse formato bem completo, com várias ativações e as trilhas das cadeias produtivas, não existe”, afirma ela.
O Brasil Agriland deverá contemplar, ainda, em fases seguintes, um espaço edutech (fusão de educação e tecnologia), batizado de Vila do Conhecimento, em parceria com universidades e institutos de pesquisa, voltado para o aprendizado e capacitação em ciências do agronegócio, além do marketplace de produtos e serviços do agro.
A SLC, um dos maiores grupos agrícolas do Brasil, anunciou no ano passado o lançamento de sua plataforma de metaverso, em parceria com a Culte. Idealizado para ser um ecossistema de apoio ao agronegócio familiar, o “Culteverso” pretende oferecer trilhas de treinamento para os produtores, ferramentas de interação e espaço em feiras agrícolas.
Por: Lucas Keske*
