Estamos a uma semana do primeiro dia de 2023, e para refrescar a sua memória a respeito de alguns avanços da área da saúde, listamos pesquisas e descobertas divulgadas este ano que tiveram um impacto positivo para o setor médico e toda a comunidade científica. Confira abaixo!
- Alzheimer, Parkinson e cannabis medicinal
Em janeiro, uma pesquisa realizada pelo Instituto Salk, nos Estados Unidos, descobriu que uma substância química presente na maconha consegue tratar doenças neurodegenerativas como o Parkinson e o Alzheimer, preservando as células contra o envelhecimento.
“Esta descoberta pode um dia levar ao desenvolvimento de novas terapias para tratar esta doença e outros distúrbios neurodegenerativos — como a doença de Parkinson”, afirmou, na época, a principal autora do estudo, professora Pamela Maher.
O Alzheimer e Parkinson são duas das doenças mais estudadas atualmente por cientistas. Além desse artigo, outros tantos, com contribuições igualmente importantes, também foram publicados, como:
- Descoberta de que a doença pode começar pela boca (entenda aqui);
- A criação de um novo teste sanguíneo que pode prever a condição anos antes dos primeiros sintomas;
- Evidência de que existe uma versão menor da proteína responsável pelo Alzheimer que afeta diretamente o fluxo sanguíneo do cérebro e impede a chegada de nutrientes — a atividade colabora justamente para a característica principal da doença: a perda de memória. O processo era até então desconhecido.
- A primeira cirurgia robôtica
Ainda em janeiro, nos EUA, um robô realizou uma cirurgia laparoscópica sem ajuda humana pela primeira vez. Chamado de robô STAR, ele fez o procedimento cirúrgico em um intestino de porco. Segundo pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, a cirurgia representou um “passo significativo em direção à cirurgia totalmente automatizada em humanos”.
A primeira neurocirurgia robótica da América Latina também aconteceu este ano, em agosto, sendo realizada em Porto Alegre. O procedimento foi feito em um paciente que possuía dores na coluna lombar com expansão para as extremidades inferiores e sem sucesso com tratamentos clínicos anteriores. Para esta operação, a equipe usou uma tecnologia inovadora: o braço robótico Cirq, da Brainlab.
- Xenotransplante: rim e coração de porco em um humano
Uma equipe da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos Estados Unidos, anunciou a realização do transplante de um rim de porco para humano. O procedimento foi um sucesso, de acordo com os especialistas.
Houve também o primeiro transplante de coração de porco para um humano e a criação de uma camada ocular de pele de porco que restaurou a visão de 14 pessoas. Em uma reportagem especial, o Olhar Digital explicou por que o porco é tão utilizado nessas pesquisas, e ainda destrinchamos o que diz a lei animal sobre as experiências.
- HIV: 4° caso de cura no mundo
Segundo cientistas, um homem de 66 anos finalmente se viu livre do vírus da imunodeficiência humana (HIV) este ano, doença com a qual convivia desde os anos 1980.
A remissão viral ocorreu após o paciente receber uma doação de medula óssea para tratar uma leucemia que desenvolveu aos 63 anos. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV, já que tinha uma mutação genética rara chamada CCR5, que torna as pessoas resistentes à maioria das cepas do vírus.
O paciente foi a pessoa mais velha e que viveu há mais tempo com HIV a ser tratado com medula óssea. A primeira vez em que um caso semelhante aconteceu foi em 2011, quando Timothy Ray Brown se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV.
- Menor marca-passo do mundo chegou ao Brasil
O visual e a eficiência da tecnologia de um marca-passo mudaram em 2022 graças a uma adaptação realizada pela Medtronic, empresa de tecnologia médica dos EUA. A companhia lançou o primeiro dispositivo sem os característicos cabos eletrodos. O novo design também impressionou pelo tamanho — são apenas 20 mm de comprimento, similar a uma cápsula de vitamina, pesando menos de 2g, o que o classifica como o menor do mundo!
Dentre os benefícios do chamado Micra estão: é menos invasivo, reduz o risco de infeção grave causada pelo contato dos cabos com a corrente sanguínea, elimina as infecções da pele do tórax no local do implante, tem alta performance e garante maior preservação do sistema venoso.
- Bioimpressora 4D que recria tecidos também desembarcou no Brasil
Em meados de agosto deste ano, chegou ao Brasil a bioimpressora 4D Dr. Invivo, da Rokit, tecnologia que permite a impressão e consequente regeneração de órgãos como rim, fígado e enxertos cardíacos — diminuindo a necessidade de doação de órgãos e o índice de rejeição e infecção.
A primeira licença concedida pela Anvisa ao equipamento serve para tratar lesões de pele e feridas mais complexas, como úlceras do pé diabético, queimaduras, câncer de pele, entre outras.
- Covid-19 tem novos sintomas
Ainda em pandemia pela covid-19, e mais recentemente com uma nova onda em diversos países, como na China, pesquisadores descobriram que a doença já possui novos sintomas, além dos já conhecidos como tosse, dor de cabeça, perda de olfato, etc.
Inusitados e incomuns, o estudo mostrou que sinais como língua peluda, dedos roxos e erupções cutâneas agora fazem parte do quadro viral. Uma pequena porcentagem também tem apresentado zumbido nos ouvidos, olhos doloridos, irritações na pele, erupções vermelhas no rosto ou lábios, perda de cabelos e dores nas articulações.
Contudo, as notícias não foram só ruins, cientistas também descobriram o motivo da perda de olfato prolongada — no que chamamos de covid longa —, além de um medicamento capaz de impedir a entrada do vírus no organismo. Um artigo também concluiu que a infecção por covid possui a mesma resposta inflamatória que o Parkinson e o Alzheimer, o que justifica sintomas relacionados a cognição.
Avanço nas vacinas
Dentro do campo das vacinas também tivemos avanços muito importantes, e não só para os casos de covid-19, mas como para a dengue e o câncer. Veja abaixo relação das principais notícias sobre o tema:
- Anvisa e Butantan estudam desenvolver vacina trivalente contra a covid;
- Vacina contra a dengue, em desenvolvimento há 10 anos, atingiu eficácia de 79,6%;
- Anvisa aprovou vacinas bivalentes contra covid e Ômicron;
- Vacina contra tipo mais grave de câncer de pele teve resultados promissores;
- Vacina experimental contra o câncer de mama superou expectativas;
- Pesquisadores trabalham em vacina contra o vício em opioides;
- Cientistas criaram vacina mais duradoura contra cólera;
- Primeiro anticoncepcional masculino em forma de vacina pode ficar pronto em breve;
- Vacinação para HIV foi promissora em macacos rhesus.
Celebridades abriram o jogo sobre doenças
Foi um ano de muitas conquistas, estudo e enriquecimento na área científica e tecnológica da saúde, contudo, nem tudo foram flores para alguns, como no caso de algumas celebridades que revelaram diagnóstico de diversas doenças, as quais detalhamos durante todo o ano visando informar e conscientizar.
Anitta
Em julho deste ano, a cantora Anitta contou ter endometriose e anunciou que realizaria uma cirurgia como forma de tratamento — uma remoção dos focos de endometriose, indicada em casos severos da doença. A artista revelou o quadro em sua conta do Twitter e acabou chamando atenção de diversas mulheres para o tema, principalmente ao mencionar sofrer com dores há anos.
Embora a pauta seja discutida há muito tempo por autoridades de saúde, o hype do tema impulsionou outras mulheres a falarem do problema; uma audiência sobre o ensino da doença nos cursos de medicina no Brasil, inclusive, aconteceu na Câmara dos Deputados.
No final de novembro, Anitta preocupou os fãs novamente com mais um anúncio: foi diagnosticada com vírus capaz de causar esclerose múltipla. Conhecido como a Doença do Beijo, a condição é causada pelo vírus Epstein-Barr (herpes-vírus humano tipo 4). A cantora precisou ser internada para receber os cuidados necessários, cancelando sua apresentação na Farofa da Gkay, que ocorreu no início desse mês. Atualmente, ela passa bem e está em Orlando, nos EUA, onde irá curtir o fim do ano com a família e amigos.
Larissa Manoela
Larissa Manoela usou as redes sociais para também contar aos seguidores que foi diagnosticada com endometriose e Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). A atriz explicou que soube da doença do endométrio há mais de um ano, mas decidiu expor só agora, após receber um positivo também para SOP.
Segundo a atriz, o intuito da exposição foi incentivar mulheres a se informar e a se cuidar; no Twitter, a artista contou como se sentiu com a descoberta e agradeceu o apoio e relatos de outras mulheres.
Guta Stresser
Guta Stresser, famosa por viver a Bebel no seriado “A Grande Família”, da TV Globo, revelou em entrevista à Veja que tem esclerose múltipla. Ao portal, a atriz contou que os primeiros sintomas surgiram quando participou da “Dança dos Famosos”, em 2020, visto que esquecia as coreografias quase que imediatamente após ensaiá-las. Entre outros sintomas e exames, o diagnóstico, uma das situações mais difíceis de sua vida, conforme relatou.
Justin Bieber
Em junho, as redes sociais ficaram movimentadas após Justin Bieber revelar que foi diagnosticado com a síndrome de Ramsay Hunt, infecção do nervo facial e auditivo que provoca paralisia facial, problemas de audição, vertigens e aparecimento de manchas ou bolhas vermelhas na região da orelha.
Em 2020 o cantor também contou ter a Doença de Lyme, enfermidade causada por uma bactéria transmitida pela picada de carrapato que pode afetar todos os sistemas do corpo humano — sendo considerada grave. Bieber também enfrenta um quadro de depressão desde 2019.
Simony
A cantora Simony usou o seu Instagram para comunicar que foi diagnosticada com um câncer na parte final do intestino, perto da região do ânus. A artista, de 46 anos, publicou um vídeo ao lado do seu médico, Dr. Fernando Maluf, explicando que a doença foi descoberta a partir de uma colonoscopia de rotina.
Na época, o Olhar Digital conversou com um especialista para entender o tipo de câncer, você pode conferir a reportagem na íntegra aqui. A ex-integrante da Turma do Balão Mágico segue em tratamento e tem compartilhado todo processo em suas redes sociais.
Emilia Clarke
Conhecida por interpretar Daenerys Targaryen na série de televisão ‘Game of Thrones’, da HBO, Emilia Clarke revelou durante uma entrevista ao programa Sunday Morning, da BBC One, que “perdeu” parte da função do cérebro após sofrer dois aneurismas. Conforme a atriz, os casos ocorreram em 2011 e 2013, enquanto ainda gravava a série de fantasia medieval, mas só este ano resolveu falar abertamente sobre o tema.
“Tem uma quantidade do meu cérebro que não é mais utilizável, e é notável que eu seja capaz de falar, às vezes de forma articulada, e viver minha vida completamente normal, sem absolutamente nenhuma repercussão. Estou na minoria muito, muito, muito pequena de pessoas que podem sobreviver a isso”, contou Clarke.
Suzana Alves
Mais conhecida como Tiazinha, Suzana Alves também usou o Instagram para divulgar um comunicado importante: um diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A atriz deu a notícia no dia do seu aniversário de 44 anos (3 de agosto) e revelou que soube da condição poucos meses antes da data comemorativa.
“Descobri que tenho TDAH e que é uma condição genética. Eu já venci até aqui e vou continuar lutando contra tudo o que limita minha caminhada nesta estrada”, escreveu, na época, a artista.
TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
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