Em um relatório apresentado na última edição do The Lancet Countdown on Health and Climate Change, uma equipe de especialistas identificou os quatro principais danos causados pelas mudanças climáticas: a qualidade do ar, doenças relacionadas ao calor, doenças infecciosas e saúde mental.
No novo estudo, os pesquisadores também identificaram quatro categorias em que as mudanças climáticas impactam a saúde mental: eventos climáticos cada vez mais severos, mudanças mais lentas, deslocamento involuntário e conscientização sobre as mudanças climáticas.
Acontece que, à medida que mais pessoas experimentam eventos climáticos devastadores, sofrem de ansiedade, depressão ou até mesmo abuso de substâncias. O estudo alerta que isso também aumenta as taxas de suicídio e a quantidade de hospitalizações psiquiátricas.
Trata-se de uma bola de neve, uma vez que, quanto mais conscientes as pessoas se tornam a respeito dos impactos das mudanças climáticas, os níveis de ansiedade coletiva aumentam. Mesmo assim, a conscientização é essencial. A conclusão dos especialistas é que a solução temporária é tentar minimizar como a mudança climática agrava as condições existentes.
Como a mudança climática prejudica a saúde?
Não é apenas a saúde mental que está em jogo por conta dessas consequências. Estudos anteriores apontaram que as mudanças climáticas podem agravar 58% das doenças infecciosas. A equipe de cientistas comenta que o maior número de enchentes pode provocar uma onda de casos de hepatite ou ainda de leptospirose, por exemplo.
Os pesquisadores também já apontaram que regiões em que secas se tornam mais prolongadas ou em que grandes áreas são devastadas podem aproximar animais selvagens das populações humanas, contato que pode favorecer diferentes tipos de zoonoses e até o surgimento de novas doenças.
Outra consequência da mudança climática é favorecer a reprodução das diferentes espécies de mosquitos, por conta do aumento das temperaturas. Assim, algumas doenças podem se disseminar mais facilmente, como malária, dengue, chikungunya e zika.
Por Nathan Vieira