terça-feira,24 setembro, 2024

Startup brasileira prepara bioinsumos com 10 mil microrganismos

A startup brasileira Symbiomics anunciou que alcançará a marca de 10 mil microrganismos no próprio banco de bioinsumos até o fim de 2022, o que caracterizará uma das maiores coleções desse tipo no mundo. Bactérias, fungos, vírus, protozoários, entre outros, desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do agronegócio.

As tecnologias baseadas em microbioma movimentaram cerca de US$ 5 milhões em 2020 e devem crescer 150% na próxima década, de acordo com uma projeção da Research and Markets. O agronegócio responde por quase 40% do faturamento do setor; em 2030, o segmento deve movimentar mais de US$ 15 milhões.

A empresa de biotecnologia foi fundada em 2020 por ex-alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pretende preencher uma lacuna no mercado brasileiro de soluções microbiológicas para garantir a sustentabilidade na agricultura, trabalhando com base na bioprospecção bacteriana por meio de edição de genes e análise de dados.

Desenvolvimento de bioinsumos

Para desenvolver os bioinsumos, a Symbiomics coleta microrganismos de diversos biomas para descobrir o potencial biotecnológico deles. Há mais de 1 trilhão de organismos microscópicos nos ecossistemas do planeta, sendo 99% deles inexplorados. As cepas microbianas mais eficientes são selecionadas e mapeadas geneticamente.

A partir da análise de diversidade microbiana e de experimentos, a empresa utiliza ferramentas, como o aprendizado de máquinas, para identificar funções, genes e moléculas que tenham potencial para o agronegócio. Os produtos são desenvolvidos a partir de microrganismos que apresentem tolerância a condições estressantes.

A startup também realiza seleção e reprogramação de genes para alcançar melhor performance nos produtos. Antes de serem lançados no mercado, os bioinsumos passam por testes de pequena e grande escala para validar os mecanismos de atuação; para isso, a empresa conta com a colaboração de parceiros do setor agrícola.

Aplicações de bioinsumos na agricultura

Mão segurando na folha de uma planta ainda pequena no solo

As comunidades microbianas têm papel fundamental na produtividade das lavouras, o que tem sido revelado por técnicas avançadas de sequenciamento genético e análise de dados. As bactérias e os fungos contribuem para a absorção de nutrientes do solo, a tolerância ao estresse hídrico, a proteção contra pragas e doenças, entre outras funções.

Com o uso de bioinsumos na plantação, é possível reduzir de forma significativa a aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas e, especialmente, as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, os microrganismos podem ser utilizados para manejos sustentáveis, como agricultura regenerativa, de conservação e agrofloresta.

Um dos exemplos de sucesso do setor é a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), presente em 80% das plantações de soja do País. A técnica, criada na década de 1970, economiza mais de US$ 10 bilhões em fertilizantes nitrogenados por ano no Brasil e evita a emissão de 430 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).

Fonte: Symbiomics, Revista Cultivar, Research and Market

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