A empresa estadunidense DoNotPay está desenvolvendo um novo chatbot que utiliza inteligência artificial (IA) para ajudar usuários a negociar suas dívidas ou cancelar assinaturas, sem ter que passar horas lidando com serviços de atendimento ao cliente.
Segundo o CEO e cofundador da startup, Joshua Browder, a ferramenta pode manter uma conversa com atendentes humanos por meio de um bate-papo ao vivo ou via e-mail, interagindo de igual para igual como se fosse o próprio usuário ao tentar resolver um problema com o serviço.
“Inicialmente, nós treinamos nossa IA para ser como um robô advogado para os consumidores, e imagino que as disputas com as quais lidamos aumentaram significativamente porque agora podemos atender casos em que é possível responder em vez de apenas enviar um modelo pronto”, disse Browder numa entrevista ao site The Verge.
Em ação
Durante uma demonstração postada no Twitter, a ferramenta solicita uma taxa melhor para um serviço de internet, usando o chat ao vivo da empresa. O chatbot cita vários problemas com o sistema e ameaça entrar na justiça caso a solicitação não seja atendida.
Depois de alguns minutos debatendo sobre o caso, o atendente oferece uma solução amigável para o problema e, no final da conversa, a inteligência artificial consegue um desconto mensal de US$ 10 (aproximadamente R$ 5,30 na cotação atual) para o cliente.
“Nossa IA exagerou um pouco ao reclamar do serviço, da mesma forma que um humano faria, mas não permitiremos isso na versão final. O chatbot ainda será agressivo, porém citando leis e mantendo um certo tipo de apelo emocional ao conversar com um atendente”, acrescentou Browder.
GPT-3
A tecnologia por trás dessa “desenvoltura” do chatbot da DoNotPay se baseia no sistema de inteligência artificial conhecido como GPT-3 — um conjunto de ferramentas que utiliza aprendizagem de máquina para gerar respostas detalhadas em forma de texto — desenvolvido originalmente pela OpenAI.
Segundo seus criadores, caso o bot não saiba uma determinada resposta para uma pergunta específica, ele não vai inventar algo apenas para continuar a conversa. Em vez disso, a IA vai parar de escrever e pedir ajuda ao usuário de carne osso numa situação de insegurança.
“Nós estamos trabalhando num sistema que vai alertar o usuário sempre que o bot precisar de ajuda, sem que a pessoa tenha que se sentar na frente do computador para monitorar a ferramenta, esperando que algo de errado aconteça. Na versão final, os clientes poderão responder às perguntas da IA por mensagem de texto para que ela continue a conversa”, encerrou Joshua Browder.
Fonte: The Verge
Por: Gustavo Minari