quarta-feira,25 setembro, 2024

O futuro do trigo irrigado no Brasil

Estudo desenvolvido na Esalq traz informações sobre manejo da água e irrigação aplicados à cultura do trigo

Um estudo publicado na Theoretical and Applied Climatology traz informações importantes sobre o manejo de água a fim de otimizar plantações de trigo irrigado no Brasil. “Apesar da expansão do trigo irrigado no Brasil, há carência de conhecimento básico sobre a evapotranspiração do trigo e suas necessidades de irrigação nas regiões produtoras tropicais e subtropicais do Brasil, o que leva a um manejo ineficiente da irrigação”, relata o autor Rodolfo Armando de Almeida Pereira, mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Orientado pelo professor Fábio Ricardo Marin, do departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, Rodolfo selecionou uma das abordagens mais disseminadas para o manejo e estudo hídrico de culturas, que utiliza o conceito do coeficiente de cultura (Kc) para relacionar a evapotranspiração da cultura (ETc) a uma evapotranspiração de referência (ETo).

“Organizamos um banco de dados robusto de medições de ETc em diferentes regiões do Brasil, em experimentos conduzidos no Centro-Oeste, em Rondonópolis, no Sudeste, em Piracicaba, e no Sul, em Maringá, com diferentes métodos de irrigação e cultivares distintas”, conta o pesquisador. 

Na sequência, o estudo combinou os resultados obtidos nos experimentos brasileiros e valores reportados em diferentes regiões do mundo com o objetivo de determinar a relação do Kc em diferentes zonas climáticas e fornecer valores de Kc com base no atual cultivo de trigo para melhorar o manejo de irrigação das lavouras.

Os resultados revelam que há uma grande variação nos valores de Kc obtidos em diferentes climas e que os valores de Kc são mais influenciados pelas condições climáticas da safra do que o sugerido no boletim da FAO-56.  

“Sugerimos a utilização de diferentes valores de Kc para a região Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Além disso, caso o usuário utilize os valores reportados pela FAO-56 é importante realizar uma correção em função do clima no qual será aplicado. Essas informações vão ajudar o setor a mapear e a utilizar a água de forma mais eficiente, economizando água na região Sul e suprindo de forma mais adequada as plantações de trigo irrigado no Centro-Oeste”, finaliza o autor do estudo, que contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Fonte: Esalq/USP

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