O mercado brasileiro de games e e-sports movimentou, somente no ano passado, R$ 7 bilhões. Uma estimativa recente da PwC em sua Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia apontou que o valor deve dobrar nos próximos cinco anos chegando a R$ 13 bilhões em 2026. A Newzoo, maior consultoria especializada nos números deste setor, aponta que, globalmente, o faturamento da indústria, que será de US$ 184,4 bi em 2022, chegará a US$ 211,2 bilhões em 2025.
A Newzoo também aponta que o Brasil é o terceiro país com maior audiência em jogos eletrônicos do mundo. O aquecimento do setor e a relevância dessa indústria refletem em negócios onde o Brasil tem protagonismo. O ano de 2022 foi um dos mais movimentados em termos de fusões, aquisições, investimentos e surgimentos de novas empresas especializadas em games e e-sports. Essa dinâmica se deu também pelo crescimento do interesse em tecnologias emergentes como NFT e outras associadas à Web3.
No início do ano, em abril, a Loud, uma das maiores organizações de e-sports da América Latina cujos sócios-fundadores Bruno Bittencourt e Jean Ortega aparecem no 30 Under 30 da Forbes Brasil e Forbes USA, respectivamente, levantou R$ 50 milhões em uma nova startup de blockchain, a Snackclub. Posteriormente, em junho, eles criaram a Spacecaps, uma holding que integra sete empresas: Loud, Snackclub, Dropull, Monomyto, Outplay, Druid e Sundae.
No mês de setembro, um dos maiores movimentos já feito por times de e-sports no Brasil. A Los Grandes comprou a Team oNe, criando uma organização de R$ 154 milhões. A mesma equipe já havia adquirido, em março, a startup GEMU, com foco em Web3 e uma receita estimada em R$ 40 milhões. Em julho, a Los Grandes também adquiriu 20% da Digital Influencers.
Recentemente, no início de novembro, a Vivo Keyd, um dos mais tradicionais times de e-sports do Brasil e a Stars Horizon se juntaram, dando origem a uma entidade de R$ 100 milhões. Outros negócios derivados de parcerias também ocorreram este ano. A Bayz, startup especializada em criptogames, que tem os streamers Nobru e Cerol como sócios, fechou uma parceria com a Wildlife, primeiro unicórnio de games da América Latina, com o objetivo de popularizar a Web3 entre os gamers.
No ecossistema de desenvolvedoras e estúdios, a Associação Brasileira de Games (Abragames) contabilizou, nos últimos quatro anos, um crescimento de 169% fazendo com que o número de estúdios salte de 375 para 1009.
Por: Luiz Gustavo Pacete