O rio Atuba, que um dia já teve águas limpas, hoje é um corredor de lixo. Mas a iniciativa do paranaense Diego Saldanha vem mudando esta realidade. Só nos últimos cinco anos, a Ecobarreira do Atuba, criada pelo vendedor de frutas, conseguiu retirar 10 toneladas de lixo acumulados no rio.
O início da Ecobarreira
Diego conta que desde de criança é uma pessoa ligada ao meio-ambiente e sempre gostou de ajudar o mundo ao seu redor de alguma forma. Assim, ele uniu o amor pela natureza à potencial oportunidade de revitalização do Rio Atuba, em Curitiba-PR.
A relação de Diego com o rio Atuba é antiga, já que ele passa ao lado de sua residência. Por anos, ele nadava neste mesmo rio, que hoje virou um corredor de lixo. Assim, surgiu a oportunidade de criar a Ecobarreira, com o propósito de tentar trazer uma vida melhor ao rio.
Toda essa motivação veio dos filhos: “Hoje eu tenho 3 filhos e foi por eles que eu decidi fazer alguma coisa, para mostrar que eles precisam ter uma consciência ambiental melhor do que a nossa”.
Case de sucesso
O trabalho de limpeza do rio surgiu em 2017. Diego conta que no início não tinha noção do que o projeto iria virar, mas tinha uma vontade muito grande de fazer algo. Foi então que um vizinho o ajudou a postar um vídeo nas redes sociais contando sobre a iniciativa. Este vídeo viralizou, chegando a marca de 5 milhões de visualizações.
“Este vídeo foi um divisor de águas para o projeto”, afirma.
A Ecobarreira é totalmente artesanal, feita de galões plásticos flutuantes e envoltos por redes de proteção para janelas. Toda a confecção e montagem da barreira foram realizadas por Diego.
A técnica criada por ele foi feita para que o sistema funcione de forma inteligente e simples. O material fica preso nas redes e é removido manualmente. Com a repercussão positiva, ativistas ambientais pediram a ajuda de Diego para reproduzir ecobarreiras em outros lugares. Dessa forma, ele também criou um curso para repassar seu conhecimento a todos os interessados e para quem deseja auxiliar no custeio do projeto – que não conta com patrocínio ou apoio governamental.
Rede de Apoio
O projeto conta com a ajuda da mãe de Diego, Marizete Saldanha. Ela ajuda na separação e destinação do itens retirados do rio e também trabalha na recuperação de bonecas. Além disso, ela organiza o Museu do Lixo, onde são expostas peças inusitadas retiradas do rio. Entre os itens há garrafas pet e de vidro, carcaça de máquina de lavar, televisores de tubo, capacetes de motociclistas, para-choque de carro, fogão, escada e brinquedos.
Por: Gabriela Rocha