domingo,24 novembro, 2024

Saiba como controlar de forma sustentável as moscas-das-frutas

AO início do outono no Hemisfério Sul é favorável à incidência de moscas-das-frutas e do bicho-furão nos pomares de citros. Essas duas pragas causam danos diretos aos frutos, podendo provocar até apodrecimento e queda deles, inutilizando-os tanto para o consumo in natura quanto para a indústria.

Na safra 2019/20, a ação das duas pestes foi responsável pela perda de mais de 20 milhões de caixas de laranja, o que representou 24% do total de frutos perdidos, segundo o levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). A instituição é uma associação privada mantida por citricultores e indústrias de suco do estado de São Paulo.

Para reduzir os prejuízos do setor, o Fundecitrus lançou um manual de controle sustentável das moscas-das-frutas. O material contém informações sobre as principais características, ocorrência, ciclo de vida e sintomas dos ataques desse inseto. Além disso, apresenta as principais medidas de monitoramento e manejo visando à manutenção da população em níveis baixos.

Ocorrência das pragas

Moscas-das-frutas atacam quase todas as espécies de cítricos. (Fonte: Shutterstock/Isis Medri/Reprodução)
Moscas-das-frutas atacam quase todas as espécies de cítricos. (Fonte: Shutterstock/Isis Medri/Reprodução)

As espécies que causam mais danos à citricultura brasileira são as mosca-das-frutas-sul-americana (Anastrepha fraterculus) e a mosca-das-frutas-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata). As pragas ocorrem em todo o estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais, infestando uma diversidade de plantas frutíferas, tanto de importância econômica como de espécies silvestres. Praticamente todas as espécies de cítricos são suscetíveis ao ataque dessas pestes, bem como culturas de café, goiaba, manga e pêssego.

As infestações de Anastrepha fraterculus atacam frutos em qualquer estágio de desenvolvimento e apresentam picos entre os meses de março e maio, o que abrange o período de frutificação das variedades cítricas precoces.

Já a Ceratitis capitata tem maior incidência na primavera (de julho a novembro), trazendo prejuízos principalmente às variedades semitardias e tardias na Região Noroeste paulista. Ataques intensos dessa praga ocorrem durante o amadurecimento e a colheita de cafés vizinhos aos talhões de citros.

Manejo sustentável

Armadilhas ajudam a medir o nível populacional de pragas no pomar. (Fonte: Shutterstock/Martina Simonazzi/Reprodução)
Armadilhas ajudam a medir o nível populacional de pragas no pomar. (Fonte: Shutterstock/Martina Simonazzi/Reprodução)

De acordo com o manual do Fundecitrus, o manejo sustentável das pragas começa com o monitoramento da incidência a partir de um sistema de alerta. Com armadilhas que contenham atrativos alimentares ou sexuais, é possível avaliar o nível populacional de adultos de moscas-das-frutas para tomar medidas de controle.

No pomar de variedades precoces, as armadilhas devem ser instaladas quando os frutos estiverem com cerca de 50% do seu tamanho final. Nas variedades tardias, o monitoramento deve ser iniciado com os frutos na fase de maturação, antes de começar o seu amarelecimento.

O controle das pragas pode ser realizado de forma mecânica com a limpeza do pomar e da área do entorno, retirando os frutos infestados na planta e caídos no chão. Além disso, é possível realizar a colheita antecipada para diminuir o tempo de exposição dos frutos ao ataque de moscas-das-frutas.

As pragas podem ser controladas também por agentes biológicos, como parasitoides que atacam ovos e larvas dos insetos, ou por fungos e nematoides com atuação direta no solo, dificultando o desenvolvimento de pré-pupas e pupas das pragas. Substâncias químicas também podem ser utilizadas em iscas preparadas com atrativo alimentar misturado a um inseticida.

Fonte: Fundecitrus.

Por: Estadão Canal Agro

Redação
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