De acordo com o governo federal, mais de 38,3 milhões de dejetos animais foram tratados entre 2010 e 2019, superando a meta estabelecida pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) em nove vezes. Esses materiais são grandes responsáveis pela geração do gás metano (CH4), um dos principais gases de efeito estufa (GEE), que, se não tratado, vai direto para a atmosfera.
Além de diminuir a emissão de GEE, o manejo correto de dejetos animais pode convertê-los na produção de biogás e outros combustíveis aproveitados pelo agronegócio, o que fortalece a agricultura familiar e pode ajudar na saúde financeira das fazendas.
Criação de fontes de energia renováveis
Existem projetos no mercado que caminham para facilitar a transformação desses dejetos em práticas sustentáveis na agricultura. A empresa HomeBiogas chegou a desenvolver um biodigestor residencial que consegue transformar resíduos orgânicos em gás de cozinha e fertilizantes.
Sendo um dos principais criadores de gado do mundo, o Brasil pode aproveitar a quantidade de dejetos gerados pela pecuária para se tornar um dos principais países na utilização de energia renovável, que, no longo prazo, pode ajudar na redução de gastos para os produtores.
O processo de conversão de biomassa em energia depende da combustão de dejetos. Ao expor o material produzido pelos animais a altas temperaturas, é possível transformá-lo em vapor capaz de movimentar turbinas e até mesmo encaná-lo para alimentar sistemas de gás.
No fim de 2019, o governo federal anunciou a instauração do Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural (CMGN), programa que prevê reduzir o custo do gás natural no Brasil em 40% até o fim de 2021.
Incentivo governamental para uso do gás natural
O governo brasileiro já trabalha para abrir portas para o uso extensivo do gás natural em diversas áreas de produção. Em julho de 2020, a Câmara dos Deputados aprovou em Plenário um projeto de lei que pretende determinar um novo marco legal para o mercado do produto no País.
Além disso, a União, em parceria com o Banco do Brasil, concede uma linha de crédito especializada para produtores rurais que se preocupam com o meio ambiente. O Pronaf Eco atua no incentivo da modernização das cadeias de produção de maneira que meio ambiente e agricultores saiam vencedores. A implantação de tecnologias ambientais permite ao produtor familiar modernizar seu modelo de negócio, adquirir ferramentas à base de energia sustentável e se diferenciar no comércio brasileiro.
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Fonte: Cetesb, Ecycle, Banco do Brasil, Governo Federal e SIGERA.
Por: Estadão Canal Agro