terça-feira,26 novembro, 2024

Sensores melhoram a irrigação no cultivo de tomate

Um sistema baseado em sensores melhora a irrigação do cultivo de tomate e economiza 5% a mais de água quando comparado ao de gotejamento tradicional, segundo experimento realizado pelo Departamento de Agricultura e Meio Ambiente da Universidade Bayero (Nigéria). A tecnologia calcula, de forma automática, a produtividade do tomateiro.

De acordo com os estudiosos nigerianos, o sistema de gotejamento baseado em sensor é indicado para regiões com acesso restrito à água, pois permite o uso eficiente dos recursos hídricos limitados. O equipamento deve ser testado em outras culturas para avaliar o aumento de produtividade e a viabilidade da tecnologia.

Os pesquisadores testaram o equipamento em uma zona semiárida de solo arenoso, em condições semelhantes aos biomas da caatinga e do cerrado no Brasil. A região nigeriana onde o estudo foi realizado tem uma precipitação média anual de 898 milímetros e conta com temperaturas médias mínimas e máximas de 26°C a 32°C.

Como funciona a irrigação por sensores?

O sistema de gotejamento utiliza um tensiômetro automático instalado em uma profundidade de 15 centímetros, com sensores que monitoram os níveis de umidade no solo. A solução é complementada com uma tubulação principal e canais laterais com emissores espaçados para permitir uma distribuição equânime da água no cultivo.

Um tensiômetro manual também foi instalado no campo para servir como controle. Os equipamentos automáticos e manuais foram calibrados para determinar a umidade do solo por meio de um método gravimétrico da amostra, que permite separar a água de outras substâncias para verificar a concentração dela.

Quando a escassez hídrica é percebida, um controlador de irrigação conectado a uma válvula solenoide é acionado, liberando água para os tomateiros. Da mesma forma, a tecnologia percebe quando o limite de disponibilidade hídrica é alcançado, interrompendo o fluxo para evitar o apodrecimento das raízes.

Benefícios da tecnologia

Solo com rachaduras pela escassez hídrica e galhos de plantas secas.
A tecnologia pode ajudar na continuação da produção diante da escassez hídrica provocada pelo aquecimento global. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O estudo identificou que a produtividade hídrica do sistema baseado em sensores foi maior do que o sistema convencional de irrigação. A tecnologia melhorou a produtividade do tomate em 6% em relação ao gotejamento tradicional, no entanto esse resultado pode variar conforme o clima, o solo, as práticas de manejo e as técnicas de irrigação.

Os sistemas irrigados contribuem para 40% do volume de alimentos produzidos globalmente. Nesse contexto, “os resultados do estudo revelaram a importância de um sistema de irrigação por gotejamento baseado em sensores em termos de produtividade, volume de água aplicado e produtividade hídrica”, de acordo com os pesquisadores.

No último século, a demanda por recursos hídricos cresceu duas vezes mais do que a população mundial, e a falta de água ameaça a segurança alimentar no mundo. Segundo um estudo publicado na revista Earth’s Future, a escassez de recursos hídricos por conta das mudanças climáticas deve atingir mais de 80% das terras agrícolas do mundo até 2050.

Fonte: Universidade de Bayero, Advancing Earth and Space Science (AGU)

Por: Estadão Canal Agro

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