As empresas que fornecem os seus serviços para os diversos setores são muito cobradas em relação às suas responsabilidades sociais. No momento de discutir quais as medidas que devem ser tomadas para que isso aconteça, aparece então o conceito de ESG, abreviação de environmental, social and governance – o que, em português, quer dizer ambiental, social e governança.
Ou seja, se antes falávamos principalmente sobre sustentabilidade, hoje se pensa em um conceito mais amplo, em que as empresas refletem e adotam práticas de cuidado com o meio ambiente, de responsabilidade social e bons princípios de governança dos negócios e dos funcionários.
Isso significa uma preocupação não apenas das instituições, mas também dos consumidores. Basta saber que uma pesquisa feita em 60 países pela consultoria Nielsen revelou que 66% se dizem dispostos a pagar mais por produtos de companhias comprometidas com o meio ambiente. Um dado expressivo e bastante interessante, não é mesmo?
Pensando nisso, neste texto esclarecemos os diferentes aspectos do ESG e como ele pode ser aplicado nas empresas. Continue a leitura e confira!
Por que o ESG é importante para as empresas?
Hoje as empresas têm um aspecto muito importante para a vida social. Elas são capazes de gerar muito dinheiro – muitas delas, inclusive, tem lucros maiores que o PIB de alguns países. Se em outros momentos históricos, as instituições focavam basicamente no seu crescimento e na rentabilidade, hoje há mais consciência de que elas precisam pensar na sociedade em um sentido ainda mais amplo.
A agenda ESG, portanto, é vista como uma forma de organizar e priorizar essas responsabilidades. Ela assume também que as corporações, por conta dos seus tamanhos, têm o compromisso de ajudar a reduzir problemas enormes, como é o caso das mudanças climáticas. O que se vê é que cada vez mais empresas estão buscando adaptar os seus processos para contribuir à obtenção do objetivo da ONU de reduzir as emissões de carbono em 45% até 2030 e acabar com a emissão até 2050.
Por conta disso, novas regulações e leis têm sido aprovadas nos países para estimular que as instituições prestem atenção às premissas do ESG. Na questão ambiental, isso envolve não apenas a redução da emissão de carbono, mas a melhora do manejo dos recursos hídricos e a gestão dos resíduos gerados por indústrias, por exemplo.
No aspecto social, as empresas enfrentam também os problemas sérios vivenciados pela população de seus países. Passam então a tomar atitudes tanto internas (no que envolve a promoção de um bom ambiente de trabalho, por exemplo), quanto externas (promovendo a dignidade das pessoas e causando impactos positivos na sua localidade).
Quais são os 3 pilares essenciais do ESG?
Os três pilares do ESG contemplam as três letras presentes na sigla, que juntam englobam as preocupações ambientais e sociais das empresas modernas. Vejamos do que eles tratam:
Environmental – a preocupação ambiental
No pilar do meio ambiente, pensa-se nas práticas da empresa que afetam na conservação do planeta. Podem entrar aqui ações voltadas à diminuição da emissão de carbono, da poluição do ar, do aquecimento da água, do desmatamento, da preservação da biodiversidade, da gestão otimizada de resíduos, etc.
Social – a preocupação com a sociedade como um todo
No segundo pilar, a empresa reflete sobre como ela se relaciona com as pessoas que estão dentro do seu universo – tanto no ambiente da empresa quanto na questão coletiva como um todo. Discute-se aqui questões como a satisfação dos clientes, a privacidade e proteção dos seus dados, a diversidade da equipe, o respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, etc.
Governance – o princípio da governança
Por fim, no terceiro pilar, refere-se à administração da empresa. Pode-se envolver aqui a composição dos conselhos, a estrutura da administração, a conduta corporativa, a remuneração, as relações com o governo, etc.
Quais empresas são ESG no Brasil?
(Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Por ser um país de dimensões continentais, cujas ações e decisões impactam inclusive em outras ações, espera-se que as empresas brasileiras priorizem as pautas do ESG nos seus processos.
Em 2022, a consultoria Walk The Talk by La Maison realizou uma pesquisa entre pessoas das classes A, B e C das cinco regiões do país para avaliar como as empresas brasileiras são percebidas a partir de seu compromisso com os princípios de ESG.
A pesquisa mostrou que 94% dos brasileiros esperam que as empresas nacionais façam algo que contemple o ESG, e veem isso como uma obrigação delas. Contudo, apenas 17% dos respondentes creem que as corporações realmente agem em prol destes princípios.
Os resultados foram avaliados por pontos, em um índice que chegava a 1 mil. De acordo a pesquisa, a Natura foi a empresa mas associada ao ESG, com 536 pontos. Em seguida, vieram Ypê (386 pontos), Boticário (376 pontos), Petrobrás (372), Nestlé (354), Banco do Brasil (335), P & G (332) e Coca Cola (315).
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Por: Maura Martins