Pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram “tatuagens inteligentes” que combinam conforto e durabilidade no mesmo dispositivo. A nova interface é fácil de conectar e desconectar, podendo ser utilizada em diversas aplicações, como no monitoramento da saúde do usuário.
Segundo os cientistas, esses equipamentos presos à pele possuem um enorme potencial para superar outras tecnologias vestíveis como óculos e relógios inteligentes, usados atualmente como aparelhos de detecção que dependem de aplicativos para funcionar corretamente.
“Estamos trabalhando nisso há anos e acho que finalmente descobrimos muitos dos desafios técnicos. Queríamos criar uma abordagem modular para tatuagens inteligentes, tornado-as tão simples de fabricar quanto construir Legos”, explica a professora Cindy Kao, coautora do estudo.
SkinKit
A tatuagem inteligente batizada de Skinkit possui um sistema plug-and-play para facilitar o uso do aparelho. Segundo os pesquisadores, qualquer pessoa com pouco, ou nenhum conhecimento técnico, pode utilizar o equipamento sem ter que se preocupar com interfaces complicadas.
A fabricação é feita com papel de tatuagem temporário e um estabilizador têxtil de silicone e água para criar uma estrutura composta por filmes extremamente finos dispostos em várias camadas, que o grupo apelidou de “pano de pele”. O material pode ser cortado e equipado com módulos de circuitos impressos flexíveis miniaturizados para realizar tarefas específicas.
“O usuário pode facilmente juntá-los e também desconectá-los. Digamos que hoje você queira usar um dos sensores para determinados propósitos, mas amanhã você o queira para algo diferente. Você pode facilmente desconectá-los e reutilizar alguns dos módulos para fazer um novo dispositivo em minutos”, explica o doutorando em engenharia Pin-Sung Ku, autor principal do estudo.
No mundo real
Uma das vantagens do dispositivo modular é sua reutilização para realizar tarefas variadas. Os dispositivos projetados pelos cientistas possuem sensores de temperatura para detectar febre em casos de covid-19 e um sistema para ajudar o usuário a manter o distanciamento social durante a pandemia.
Além disso, os detectores da tatuagem inteligente também podem ser usados como dispositivos de segurança para avisar um corredor no meio da rua sobre a proximidade de carros, ou fazer parte de uma tecnologia assistiva para cegos que vibra quando o usuário está prestes a esbarrar em algum objeto.
“No futuro, será possível utilizar tatuagens inteligentes totalmente integradas ao corpo humano, combinadas com algum tipo de arte ou moda conceitual. Essa será a próxima geração de equipamentos vestíveis, fáceis de usar e adaptar para qualquer atividade do dia a dia”, prevê a professora Cindy Kao.
Por: Gustavo Minari