A consultoria Bain & Company mapeou algumas das principais tendências do ecossistema gamer a partir de 2023. Uma indústria que cresce de forma acelerada e vem gerando novas tendências no mercado em três grupos específicos de tendências: melhor tecnologia, ambientes dentro do metaverso e novos modelos de monetização, o que dentro dos próximos cinco anos pode aumentar a receita global, estimada em US$ 300 bilhões, em 50%.
A perspectiva prevê que os games dominem grande parte do tempo dos consumidores através de outras plataformas de mídia ou não-mídia, isso inclui do mais simples até o mais elaborado jogo, pois todos irão adicionar receita significativa ao mercado. Ainda assim, os jogos mais conhecidos mundialmente e com um público específico, irão compor a maior parte dos lucros da indústria, através de monetização, experiência de mídia, eventos virtuais e comércio.
Mudança de tendências
Segundo a Bain & Company, grande parte deste crescimento é por conta dos jovens de 13 a 17 anos que participam ativamente e passam 40% do tempo consumindo conteúdos relacionados à games em plataformas sociais de música e TV. Os jovens desta faixa etária se sentem mais confortáveis dentro desse ambiente, diferente dos jogadores entre 18 e 34 anos que não passam a maior parte do tempo produzindo ou consumindo conteúdos relacionados aos games.
Existem três tendências que serão capazes de transformar o comportamento de consumidor dos jogadores. A primeira é o avanço tecnológico que está mudando significativamente a natureza dos jogos, além de torná-los mais rápidos e visualmente atrativos, é possível ver a mudança no mercado com a inclusão da realidade virtual e aumentada que explica a demanda de preços tão competitivos. As novas ferramentas nivelaram o campo de jogo, oferecendo mundos virtuais mais realistas com gráficos impressionantes e para atrair o público eles precisarão ser divertidos, sociais e bem projetados.
A segunda tendência são as experiências no metaverso, já que os usuários estão à procura de ambientes virtuais mais imersivos, as empresas aproveitam essa oportunidade para promover eventos virtuais ao vivo, e-sports e socialização, e continuar adaptando experiências de mídia e comércio. E a terceira e última tendência que está sendo estudada são os novos modelos de monetização, o mais conhecido é o free-to-play que ganhou fama na última década e tem expandido a base de jogadores endereçáveis trazendo fama ao jogo.
O free-to-play compôs 78% da receita dos jogos e mostrou um avanço significativo nos anúncios operados que se tornaram mais aceitos em dispositivos móveis e as compras no aplicativo ganharam uma diferença. A economia do free-to-play provavelmente explodirá ainda mais à medida que os jogos do mundo virtual se tornarem a base para as inúmeras outras experiências monetizáveis como eventos virtuais ao vivo e comércio, até que mais jogadores se juntem ao metaverso.
Em quais áreas os desenvolvedores devem ficar de olho?
As quatro áreas que irão diferenciar os futuros vendedores são: escala, gerenciamento de franquia, experiência do cliente e talento.
Para manter a grande estrutura dos jogos, que recebem investimentos de até US$ 300 milhões, os criadores precisam de bases massivas de jogadores. Para alcançar este objetivo, as empresas podem atingir escala organicamente ou através de parcerias com estúdios desenvolvendo capacidades, investindo em novos talentos e em tecnologia de plataforma. A escala também depende do escopo, conectando-se a uma gama diversificada de fãs, fornecendo um novo lar a eles, e encontrando várias maneiras de monetizar a franquia, incluindo compras no jogo, mídia relacionada, e-sports e mercadorias da franquia, virtuais e físicas.
A boa gestão das franquias também faz parte desta receita de sucesso. Conforme os jogos vão ficando cada vez mais complexos na produção, jogabilidade e duração, um ponto chave importante que a empresa deve desenvolver é uma propriedade intelectual significativa e atraente. Grandes jogos como League of Legends, Pokémon e The Witcher não ficaram somente no mundo dos games como ampliaram seus conteúdos para a TV, filmes e outras mídias, o que atraiu os produtores de Hollywood e os profissionais de marketing.
Conforme o metaverso se expande em grande escala, as empresas juntam esforços para levar os jogadores além dos jogos e da mídia relacionada, pois os cliente esperam poder alternar facilmente entre o jogo, a socialização e o comércio do mundo real e virtual. A criação de identidade, carteira e memória de experiências passarão a acompanhar cada passo do consumidor em todos os dispositivos e plataformas, permitindo uma experiência total e perfeita.
A grande oferta na procura por novos talentos não está alcançando a demanda esperada, sendo que os executivos priorizam o talento em seus objetivos. Esse desequilíbrio deve criar uma grande vantagem negativa à medida que as empresas de jogos desejam construir e manter mundos virtuais. A saída é desenvolver uma estratégia mais cautelosa no recrutamento, integração, treinamento e retenção de novos talentos que se alinhem com os propósitos da empresa.
A indústria dos games está crescendo muito rápido em comparação ao passado, exigindo dos desenvolvedores e editores de jogos precisão para criar novas habilidades e foco para continuar neste ambiente que está cada dia mais global, complexo tecnologicamente e por dentro das plataformas que chegam até o público. Então a dica é: para se manter no mercado é necessário utilizar todas as estratégias acima, assim todos estão na mesma briga.
Por: Andressa Barbosa