A startup Sakuú, com sede na California, nos Estados Unidos, diz estar pronta para produzir as primeiras baterias de estado sólido impressas em 3D. A ideia é fabricar células de energia personalizadas, capazes de substituir as baterias atuais feitas à base de íons de lítio.
Segundo seus criadores, a impressão dessas baterias de estado sólido em três dimensões permite a adição de várias camadas dentro do mesmo espaço. Com isso, seria possível obter um aumento da capacidade de armazenamento de energia em relação ao método tradicional de produção.
“O mais incrível dessas baterias é que elas podem ser adaptadas conforme o design desejado, facilitando sua integração com diversos tipos de produtos diferentes. Além do tamanho, as células de energia impressas em 3D também podem ter sua forma personalizada”, explica o site da empresa.
Mais potente
A Sakuú diz que sua bateria atinge uma densidade de energia de 500 a 700 Wh/l, podendo alcançar valores ainda maiores. Além disso, ela demonstra uma taxa de retenção de energia de 97% após 200 ciclos, mas a empresa espera atingir um patamar de retenção de 80% depois de 800 ciclos de carga e descarga.
Outra vantagem dessas baterias em comparação com as células de íons de lítio é que, em vez de um eletrólito líquido inflamável, elas possuem um meio sólido para transportar energia, tornando seu carregamento muito mais rápido e seguro, além de proporcionar uma vida útil superior.
“A chegada de uma bateria segura, sustentável e de alto desempenho, fabricada com um método de impressão 3D totalmente novo, pode resolver problemas críticos na cadeia de suprimentos, indo além das limitações das baterias de íons de lítio atuais”, disse o fundador e CEO da Sakuú, Roberto Bagheri, em um comunicado à imprensa.
Primeira geração
Apesar de apresentar seu primeiro protótipo totalmente funcional, a empresa ainda não produziu uma bateria completa impressa em 3D. O objetivo, segundo seus executivos, é começar a entregar as primeiras unidades fabricadas em escala a partir de 2023.
Por enquanto, essa geração embrionária serviu para demonstrar que a tecnologia de impressão de baterias de estado sólido é viável, podendo ser usada no desenvolvimento de células de energia mais eficientes e que não correm o risco de explodir ou pegar fogo.
“Em breve, teremos uma bateria de estado sólido com uma densidade energética superior a 1.200 Wh/l. Isso significa que essas células poderão ser usadas não só na fabricação de smartphones, mas também para equipar drones, bicicletas e veículos elétricos da próxima geração”, conclui Roberto Bagheri.
Por: Gustavo Minari