Com uma agenda voltada aos debates sobre a inovação aberta, o Corporate Venture in Brasil, evento organizado pela ApexBrasil em São Paulo, entre 25 e 26 de outubro, reuniu CEOs de grandes corporações e gestores de corporate venture capital para conversas sobre as principais tendências do mercado – dos desafios para o capital de risco na América Latina às possibilidades de criação de hubs de investimento em startups.
Um dos destaques do primeiro dia da sexta edição do evento foi o painel “Corporate Venture Capital Growth in Latin America”, que trouxe um olhar amplo sobre o CVC em países como Argentina, Chile e Brasil. Formado 100% por mulheres, o painel foi acompanhado por representantes de empresas como Brasken, B3, Ânima Educação, Mercado Livre, EDP Brasil, Vivo e KPMG.
Para Isidora Undurraga Rivera, head de inovação aberta e sócia da Wayra Hispam – a área de inovação aberta e fundo corporativo da Telefónica – o mercado pode até olhar para a América Latina como um conglomerado único, mas cada país possui aspectos muito diferentes quando se trata da jornada de investimentos de capital de risco. “O Chile cresceu muito neste cenário nos últimos dois anos. Países como Equador, Colômbia e Argentina também. O CVC cresceu de forma geral na região, mas o Brasil tem um destaque superior aos demais países da América Latina”, conclui.
No entanto, Isidora também ressalta que há uma convergência de cenário quando se olha para o papel do CVC nesses países. “Neste momento, a América Latina ainda tenta entender como é a jornada de investimentos em startups, fundos e empresas de inovação. Ainda precisamos criar estruturas dentro das empresas para conseguir esses investimentos. Quando entendermos como é fundamental o investimento em inovação aberta, aí sim chegaremos no topo”, diz.
Também participaram do painel Laura Chicurel, Founder & CEO da Innova 360, Bernardita Kleinsteuber, gerente-executiva na CMPC Ventures e Gabriela Ruggeri, sócia-diretora na Kamay Ventures, fundo argentino de capital de risco que administra negócios de gigantes como Coca-Cola e Arcor.
Para Gabriela, o que uma empresa interessada em CVC deve entender é que ao investir em uma startup, o foco não pode estar apenas “em gerar valor com a nova aquisição”, mas também na possibilidade de crescimento mútuo. “Quando você investe em uma startup é essencial que ela esteja alinhada com a sua empresa. Isso é básico, mas muitas companhias não pensam nisso quando escolhem em quem investir seu dinheiro”.