A palavra neandertal é um insulto ainda lançado para sugerir que alguém é estúpido e que falta conhecimento e consciência. Porém, quanto mais aprendemos sobre nossos primos da Idade da Pedra, mais parece ser o oposto.
Os neandertais não eram habitantes de cavernas brutais, eles faziam ferramentas sofisticadas, fios e arte, e enterravam seus mortos com cuidado.
Uma nova descoberta em uma caverna siberiana nesta semana revela um retrato íntimo da vida familiar neandertal e mostra que pode ser hora do Homo sapiens abandonar esse complexo de superioridade de uma vez por todas.
Somos família
Cientistas descobriram o grupo familiar mais velho conhecido, usando amostra de DNA antigo de neandertais que viviam na caverna Chagyrskaya, no sul da Sibéria, na Rússia.
O acampamento de caça à beira do rio, que data cerca de 54 mil anos atrás, era o lar de uma comunidade restrita de cerca de 20 neandertais, incluindo um pai e sua filha adolescente, um jovem homem que poderia ter sido sobrinho ou primo, e uma mulher adulta que era parente de segundo grau, talvez uma tia ou avó.
Os pesquisadores também detectaram um padrão inesperado de migração feminina entre os diferentes segmentos de ancestralidade genética.
A explicação mais provável para isso era que a maioria das mulheres neandertais no pequeno grupo de Chagyrskaya veio de outra comunidade – talvez para se juntar à família de seu companheiro.
Muito tempo atrás
Se você vivesse em Londres durante a Peste Negra, as chances de vencer a peste bubônica não eram boas – a doença matou 50% da população da Europa ao longo de sete anos.
Os sortudos sobreviventes da Peste Negra que devastou a Europa tinham, em parte, seus genes para agradecer, segundo uma nova pesquisa. Usando DNA extraído de dentes, os cientistas conseguiram identificar uma diferença genética chave que influenciou quem sobreviveu e quem morreu da doença.
Esse legado genético ainda afeta o sistema imunológico humano hoje, segundo os pesquisadores, mas de forma menos desejável quando se trata de certas doenças autoimunes.
Consequências
Naufrágios exercem uma atração única em nossa imaginação coletiva – a atração de tesouros afundados e batalhas de guerra vencidas e perdidas. Mas enquanto as embarcações há muito perdidas no fundo do oceano podem funcionar como recifes artificiais e ter um tremendo valor narrativo, elas também podem representar um risco para o ecossistema marinho.
Um navio da Segunda Guerra Mundial ainda está vazando compostos explosivos e outros elementos tóxicos no fundo do Mar do Norte mais de 80 anos depois de afundar, de acordo com um novo estudo que analisou amostras coletadas do casco de aço do navio, bem como dos sedimentos ao redor.
As amostras revelaram metais pesados como níquel e cobre, além de arsênico e compostos explosivos.
Os pesquisadores envolvidos no estudo estimaram que os naufrágios de ambas as guerras mundiais – encontrados nos oceanos da Terra – contêm entre 2,5 milhões e 20,4 milhões de toneladas métricas de produtos petrolíferos.
Em todo o universo
Uma das explosões mais poderosas do universo foi detectada em 9 de outubro. A explosão de raios gama, testemunhada como um pulso longo e brilhante de luz, foi o grito de nascimento de um buraco negro.
Ela ocorreu quando uma estrela massiva, na constelação de Sagitta, a cerca de 2,4 bilhões de anos-luz de distância, entrou em colapso em uma supernova, formando o novo buraco negro.
Bilhões de anos depois de viajar pelo espaço, a colossal explosão de detonação do buraco negro finalmente chegou ao nosso canto do universo, e os cientistas disseram que isso apresenta uma rara oportunidade de explorar questões de longa data sobre esse tipo de explosão.
Enquanto isso, o Telescópio Espacial James Webb capturou uma imagem espetacular das misteriosas colunas de poeira e gás cósmicos que marcam o início de um ciclo de vida estelar.
Segredos do oceano
A carcaça de um peixe-lua gigante foi descoberta flutuando nos mares que rodeiam o arquipélago português dos Açores em dezembro. Pesando quase três toneladas, acredita-se que seja o peixe ósseo mais pesado do mundo.
Um novo estudo revelou que o animal tinha uma contusão que pode oferecer pistas sobre sua morte. Os pesquisadores encontraram vestígios de tinta vermelha – usada para revestir as quilhas dos barcos – embutidos na ferida. No entanto, não se sabe se o impacto aconteceu antes ou depois da morte da criatura.
A descoberta foi um “sinal de que os oceanos ainda estão saudáveis o suficiente para sustentar as espécies mais pesadas existentes”, disse José Nuno Gomes-Pereira, pesquisador de pós-doutoramento da Associação Naturalista do Atlântico, “mas dá um alerta para mais conservação em termos de poluição e barco trânsito perto de ilhas oceânicas”.
Por: Katie Hunt da CNN